sábado, 5 de setembro de 2009

Uma arte que sonha (e que nos faz sonhar)


Um arte de criação de imagens em movimento.

Uma arte autônoma, uma arte popular, uma arte digital.
Uma mistura de quadrinhos (no sentido de ser uma arte do desenho: criação e não capturação do real) e cinema (movimento: duração de um mundo - aqui - irreal).
Uma arte do sonho.

Em Up, a sequência, logo no início, de toda a vida de um casal é, pura e simplesmente, a beleza do encadeamento de imagens em movimento guiados por um trilha sonora, e a apresentação de leitmotivs poético-visuais que nos arrancarão lágrimas e sorrisos mais tarde.

Diferente do que chamamos de cinema, essas imagens foram todas totalmente criadas (desenhadas digitalmente) num mundo irreal.

Não digo que Up é o melhor filme do ano, muito menos que se encontra entre os melhores - ao lado de Gran Torino e Inimigos Públicos. Não porque não mereça... mas porque seja outra arte, uma mais nova que o cinema e que evolui de forma assustadoramente veloz.

Up é grande animação... Viva a Pixar, e viva Pete Doctor... quanto trabalho, quanta sensibilidade!

Mateus Moura

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Memórias de um Assassino


Fade-in. No primeiro plano do filme uma criança e a natureza, um tilt e o mundo da "beleza" coreana vai ser revelado por um Cineasta audacioso!
No último plano do filme Park (o protagonista) olha diretamente para a câmera. Sabemos que o personagem faz desse olhar a sua forma mística de identificar os culpados. O Cineasta sabe que o psicopata foi assistir ao filme no cinema, e é pra ele que Park (e Bong) olham - frustrados e vitoriosos. E fade-out.

É por essas e outras que Bong Jon-Hoo é um dos gigantes do cinema contemporâneo.


Mateus Moura.