quinta-feira, 14 de julho de 2011

Primeira

A cinegrafia – arte de se expressar c/ imagens em movimento – é ostracizada, amiúde, na cultura audiovisual; o contato do Câmera c/ a cÂmera, a vossa resposta direta-imediata olhohumano-olhomáquina c/ o mundo>imagem é normalmente, meramente, mecanicista-tecnicista, quase sempre subjugado à pré-cinelinguística – o instrumentista regido pela batuta da partitura cinegramatical.

A cinegrafia livre, solta no compasso da improvisação se cinescreve na batida de um coração-olho que trabalha c/ as mãos: foco, exposição, zoom, movimentos, angulações: o espaço descobrindo-se-criando-se nesta/nessa dimensão>audiovisual.

O momento-ato cinematográfico por excelência, acredito neste momento, que seja exatamente vivenciando esta catarse-criativa onde, acionado um dispositivo, o corpo a câmera o mundo se perdem nesse baile cósmico transdimensional. Onde não existe estética, filosofia, lógica, método, mas a pura ontologia cinegráfica em desejo: ou seja, a ativação por um corpo>c/>máquina de um espaço-tempo onde toda a complexidade do mundo e da realidade em presente fluindo se transborda neste incomensurável (pois limitado) portal constituído sobretudo de luz. e movimento