domingo, 4 de março de 2012

Meu herói favorito é Jesus Cristo

"Pai, por que me abandonastes?" (Bíblia Sagrada - Novo Testamento)

O conceito de ‘anti-herói’ é uma falácia, não significa nada. Quanto ao ‘herói’, este nunca foi nada senão um problema (de Édipo a Beatrix Kido). Essa idéia de ‘herói’ como modelo jamais existiu – não nos grandes mitos. Quando nascem os primeiros heróis? Quem são? Aquiles, Ájax, Odisseu? São eles modelos!? São sofredores dilacerados, multifacetados, invejosos, vaidosos, fortes, belos, guerreiros, assassinos, conduzidos pela Paixão e o Destino, mortais, semi-deuses... como pode um ser que na sua própria gênese é algo entre homem e deus ser algo que não a própria contradição? O herói que não sofre e não vivencia em seu périplo ficcional esta dimensão paradoxal entre o divino e o humano, o eterno e o frágil, o sagrado e o abismo, a iluminação e a dúvida não merece ser chamado como tal.

Quando nasce o primeiro ‘anti-herói’? Que diabos significa ser um ‘anti-herói’? Conceitualmente entendemos que é o oposto do herói. Logo, o ‘anti-herói’ só pode ser um modelo (de virtude, bondade, honra, beleza). Ora, pensei que talvez o único ‘anti-herói’ da História da Estória fosse Jesus Cristo. Mas, se assim fosse, que Graça teria?

Mateos.