tag:blogger.com,1999:blog-59908815089548495712024-03-13T12:07:00.764-07:00CINEMATEUSMateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.comBlogger132125tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-86860104315291508312015-05-26T15:32:00.000-07:002015-05-29T16:41:00.573-07:00O último suspiro sob a última conversa<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: xx-small;"><b>“Cinema é cachoeira” (Humberto
Mauro)</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.0.$end:0:$text3:0" />
<span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.0.$end:0:$text4:0">Assistir
a “Últimas conversas” foi um banho de cachoeira, desses clarividentes e que
limpam a alma. E volumoso. </span></span><br />
<span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0"><span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text2:0">Uma
experiência cognitiva tripla. </span></span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgldOa7-Pe9axv17HSJnDVkJQncu4w16XikIPjTonc6wnswfDBlxh4fNcxQFRf2GpGrgbATLE2ndj4PXhn64zCJZD2URgzXbevfPZhD5gJ2NGvuBqaWTqJ0LCCwFvAG-8Ir0V_Uavk1Xzs/s1600/coutinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgldOa7-Pe9axv17HSJnDVkJQncu4w16XikIPjTonc6wnswfDBlxh4fNcxQFRf2GpGrgbATLE2ndj4PXhn64zCJZD2URgzXbevfPZhD5gJ2NGvuBqaWTqJ0LCCwFvAG-8Ir0V_Uavk1Xzs/s320/coutinho.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0"><span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text2:0">Havia em minha psiquê um espectador-antropólogo, que acompanhava o mural do
imaginário adolescente carioca de classe média suburbana, e que em cada retrato
de cada ator social aprofundava-se em percepção acerca de uma realidade social
complexa e múltipla, cheia de traumas e buscas de identidade. Dialogava aqui
dentro este espectador com cada uma delas, em uma busca pessoal de compreensão
dessa fase da vida. A juventude: o que nos acrescenta de experiência? Como
lidar melhor com o outro (jovem), que inevitavelmente teremos que nos
relacionar? Com o filho futuro, que inevitavelmente teremos que educar? Com o
próprio passado recente, que, agora completando 28 anos, inevitavelmente,
haveria de me despedir? Era o último filme de Coutinho que eu teria <i style="mso-bidi-font-style: normal;">essa</i> chance, de dialogar sem precisar
falar, de me identificar podendo me distanciar. Essa experiência que esse
cinema por tantos anos me proporcionou estava escrevendo naquela 1 hora e
meia o seu ponto final. </span>“Antropologia compartilhada”, nenhuma ciência
foi tão longe neste efeito “eu-tu” quanto o Documentário.</span></span></span></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5pkxhN847wQNBIREYjuh7BnjdqdnaW0tp9XA3hH6eTvKSl3ggb0L73xnV9tCk-NNlZWZOk7x1Iu4JPD0KUx2oksqoSuNnP2w_ElpQAPU7E1n5kAZfJ8DjkaaE1612UBV9Kwk7OS8Vciw/s1600/images.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5pkxhN847wQNBIREYjuh7BnjdqdnaW0tp9XA3hH6eTvKSl3ggb0L73xnV9tCk-NNlZWZOk7x1Iu4JPD0KUx2oksqoSuNnP2w_ElpQAPU7E1n5kAZfJ8DjkaaE1612UBV9Kwk7OS8Vciw/s1600/images.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0"><span class="uficommentbody"></span>
<span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text4:0">Além
deste havia o espectador-cinéfilo. Aquele que acompanhava o “último filme de
Coutinho”, como um aprendiz que ouve as últimas palavras do mestre. Esse diálogo
acontecia diretamente também com Jordana Berg (montadora) e João Moreira Salles
(finalizador). Seu vaso comunicante ecoava principalmente no extracampo, em
toda história de morte daquele que ali realizava, sem saber, seu último
trabalho. </span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0"><span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text4:0">Desde o “prólogo”, onde Coutinho está vivenciando uma de suas já
tradicionais crises de criação (seu lado juvenil que jamais o deixou) até o
momento em que um de seus entrevistados fala de um “surto”, este espectador
aqui acompanhava, com os olhos trêmulos de um estudante-cirurgião, as delicadas
escolhas morais da montagem, e sentia em cada imagem o contra-peso da história que a vida
enterrou, e da filmografia que um espírito construiu, tijolo a tijolo, e que,
enquanto obra cinematográfica, hoje é patrimônio da humanidade.</span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0"><span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text4:0"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN_DLER1j-sRrSJW_0fRMQCWyL6AbUmY3ocl72bIJyJItPyYXdvcuxOKgxGoHUXGyjlDkLWwoTsDuse6R101m71lVPJ2Cn4fc0sgbTJeazvNUfCf44J_cAh5YPlB0jmvaKXGrKeRdqa0k/s1600/eduardo_coutinho-ultimas-conversas-600x401.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> <img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN_DLER1j-sRrSJW_0fRMQCWyL6AbUmY3ocl72bIJyJItPyYXdvcuxOKgxGoHUXGyjlDkLWwoTsDuse6R101m71lVPJ2Cn4fc0sgbTJeazvNUfCf44J_cAh5YPlB0jmvaKXGrKeRdqa0k/s320/eduardo_coutinho-ultimas-conversas-600x401.jpg" width="320" /></a> </span></span></span></span><br />
<span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0"></span></span><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0">
<span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text6:0">Ao
fim do “filme principal” vemos o diretor a dirigir seu ator social, criando um
signo simples, que iria finalizar o filme: a porta que todos os outros
entrevistados fechavam ao sair seria deixada aberta, para que ficasse claro que
todo aquele pulsante imaginário que foi apresentado em tão poucos seres é só uma ínfima
parte da humanidade. O “epílogo”, porém, veio destruir o simples, para que a
simplicidade viesse dinamitar o construído. Deixou para o espectador a ausência
dessa possibilidade de um filme que poderia ter existido se o acaso da vida não
tivesse arrastado com suas asas a existência do cineasta nas tramas mais
absurdas, que uma ficção jamais conseguiria imaginar. Uma porta aberta talvez seja
o maior signo cinematográfico da possibilidade e, concomitante, da espera. O suspense...</span></span><br data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text7:0" />
<span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text8:0">Depois
de ver o adolescente e o velho, faltava a esse terceiro-espectador - que
também em mim a tudo acompanhava - ver a criança. E aí sim: a espiral cognitiva enfim se
completava no enigma que enfim devorava-me assim que o resolvia. </span></span></span></span><br />
<span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0"><span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text8:0">Falo do
espectador-adulto, que há pouco nascera (durante a sessão - que no meu caso se tornou uma sessão de parto). O doloroso e silencioso parto do adulto. As primeiras palavras que ele ouviu vinham da criança: “Deus foi um homem que morreu”. A primeira cena veio da porta: a criança dominando o espaço, encantando
a todos com sua presença, saindo de quadro depois como lhe pedem, trazendo a esperança como uma estrela impiedosa,
voltando surpreendentemente para uma ultima brincadeira e enfim abençoando a todos nós, espécie humana, para
qualquer tragédia vindoura.</span></span><br data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text9:0" />
<span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text10:0">A
fé que Coutinho no “prólogo” diz ser difícil recuperar, ali, naquele plano –
o último de sua obra - vemos renascer, “como flores na água”. Não sei se lhe
faltou de novo este sentimento em seu último suspiro, mas – não só por ele,
como também por Jordana Berg e João Moreira Salles –, nesta dimensão do eterno
que a memória do cinema abre, lhe foi concedida essa graça. </span></span><br data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text11:0" />
<span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text12:0">Com
Coutinho aprendi, entre tantas coisas, que olhar com muita ternura é olhar com
extrema dureza; que ouvir profundamente é ser curioso da verdade que o outro
mascara com o seu discurso. </span></span></span></span><span class="uficommentbody">Ao olhar e ouvir o mundo como um
trágico, esta ciência oculta descoberta por Coutinho guardará para sempre seus
enigmas, pois respostas ele nunca buscou. Para o espectador que sou - mais que
3 - trouxe o eterno espelho novo onde, hoje, do outro lado, me olho, me escuto e
me movo.</span> Observo, ouço e ajo.</div>
<div class="MsoNormal">
<span class="uficommentbody"><span data-reactid=".119.1:4:1:$comment1655984221299446_1656209937943541:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text14:0">Ave.<br /><br />Mateus Moura.</span></span></div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-43057518704940036032014-10-01T18:32:00.001-07:002014-10-01T18:37:43.915-07:00A ponte<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: xx-small;">p.s: Me perdoem os ponderados. Como só aos santos é
destinada a dádiva de vivenciar o amor, só aos radicais é destinada a dádiva de
perscrutar a ideia.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;">A ponte</span></b><br />
<span style="font-size: 9.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">esteganografias
rarefeitas acerca do "Zé", do Gita</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 9.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivzRDodnwyENe7QbswlN0AEm89RZXyK7rCAQk9uGRWEO8pfLjL3JxlJP7x9UyenqD4aLTrgoDRbCKirgtPngc2IPXjo3qjKzKti9AymI9OOYH4U6pMcvvsfFoHKWPingO4fxWYQolDpLw/s1600/10636270_695339097224081_9006700566442482565_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivzRDodnwyENe7QbswlN0AEm89RZXyK7rCAQk9uGRWEO8pfLjL3JxlJP7x9UyenqD4aLTrgoDRbCKirgtPngc2IPXjo3qjKzKti9AymI9OOYH4U6pMcvvsfFoHKWPingO4fxWYQolDpLw/s1600/10636270_695339097224081_9006700566442482565_n.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 9.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
Troco todo o luxo requintado d’Os Gigantes da Montanha pela
miséria, de lixo e luxúria, deste pé rapado Zé. Rua ou caixa preta, pouca importa, o espaço é uma questão de gesto.<br />
<br />
Há um abismo entre o corpo e a voz, e o ritmo. Que nos deixa tontos.<br />
Nomeiam este abismo, TEXTO.<br />
É feito de punhais mortais que não vemos, de olhares que se encaram apenas nas
elipses, de uma cama imunda, recheada de penas e molas, que rangem delírio e
desejo - onde deitamos, para gozar e se foder. Nessa ponte que somos, com os
atores, nós-espectadores, atamos nosso atávico absurdo. Atroz crueldade.<br />
É claro e concreto, nesta cena obscura, que a raiz estuprada desta terra fria –
matéria lapidada por brutas pulsões e marciais artes - se chama TEATRO. Ou em
antigos&novos termos: ‘vida-morrendo’. É pra sentir no espírito, num tempo
efêmero e inimitável, a vida-morrendo, que compactuamos, sacrificamos os
corpos, dedicamos olhares... por um tempo, onde transcendemos na imanência. Onde
inundam-se as pontes.<br />
Na ode singela deste escorpião sou grato à Elise Vasconcelos, Tainá Cardoso,
Tainá Lima, Fabrício de Souza, Geane Oliveira, Cesário Augusto, Edson Fernando,
Sônia Lopes, Aníbal Pacha, Evelyn Loyola, Denis Bezerra, Fernando Marques e
George Büchner por este mergulho, ou melhor, por este afogamento. Assassinato.
Latrocínio.<br />
Porque o inferno tá lotado de coisas lindas, mas é pelas coisas fodas que ele é
governado. E, nesse caso, não foi o céu que desceu, mas o inferno que subiu. E
o que está em cima é como o que está embaixo, o que está embaixo é como o que
está em cima. Descemos para subir, avançamos para retornar. <br />
Há um abismo que nos deixa tontos.<br />
É o ENCONTRO.<br />
<br />
Mateus Moura.<span style="font-size: 9.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-75632868510207519522014-08-27T20:55:00.000-07:002014-08-27T20:58:10.043-07:00Raiou<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; margin-left: 40px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;">
“Não perturba</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; margin-left: 40px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;">
Não perturba</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; margin-left: 40px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;">
os caras de pau de Abaetetuba” </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; margin-left: 40px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;">
(Viviane Batidão & Dj Betinho Isabelense)</div>
<div class="font_7" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 16px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Me pediram pra escrever resenha, vejam só. Sei escrever resenha não, arrisco ensaio. E canto coloquial. Por aí.</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Entrei nesse jogo dos conceitos-palavras no ramo do cinema, onde também me meto; mas música mesmo sempre tive só reflexão pra resolver composição. O resto sempre foi muito intuitivo, gosto – enfim, essas coisas que no fim são as que mais pesam na hora de criar. Magia.</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Formular pensamento - aí já é outra história. Filosofia.</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Mas já que com a música, e com o Lucas Guimarães, eu jogo esse jogo de criar muito mais que o jogo de pensar, vou dar as cartas aqui nesse tom. No fim tudo se embola. O gosto de dividir as coisas é só pra quem ler a divisão lembrar que o resultado é a soma das partes.</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Então – hommo ludens brincando de hommo sapiens – vamos fazer som:</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
O tom: lar menor. Lembrando que Menor não é menos, é só um tom, uma qualidade. Faz parte da alçada das propriedades. Menos com menos, inclusive, em alguns casos, dá Mais. No caso do Lucas Guimarães essa é uma questão seminal: Como ser voz retumbante tendo curto aparelho vocal? Como ser vários instrumentos tendo um corpo apenas? Ser menor para ser grande, eis uma das fórmulas encontradas pelo Lucas, meu grande parceiro. Mais e mais.</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Estranho. Parece estranho falar de matemática ao falar desse disco? Pois descobri, ao sentar para escrever, essa associação imediata e contundente, que parte de óbvias associações (de Pitágoras a Beethoven, de João Gilberto a Tom Zé). Dessa tabuada que o caboquinho de Abaeté aprendeu na marra surgiram esses versos cantados, aritmética e liricamente entoados, geometricamente montados entre ruídos, bordões e atravessamentos. Aluno aplicado no seu gazetar, sonhador convicto, trabalhador hedonista, ariano estóico, artista consciente. Peregrina na própria rede, sempre o bom e velho açaí pra acompanhar. </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
“Eu faço samba e amor até mais tarde, não tenho a quem prestar satisfação”, o mantra do Lucas ele empresta do Chico. Se o quarto-porão onde vive tivesse porta ele botaria o “dont disturb”, o “não perturba”, porque por ele a vida seria ficar apertando esses pedais, rabiscando esses versos. O cara diz que saiu do lar pra ganhar o mundo, mas é uma tremenda mentira. O projeto é maior: é ganhar o mundo sem sair do lar. O Lucas não sai, ele chama. Viajar. </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Caliandares é o seu barco ébrio, que embarcamos sempre que ele acorda o violão. </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Meu contato com o disco é o daquele que acompanhou toda a sua construção, e o meu contato com as músicas, desde a primeira vez, é o daquele que enxerga em cada detalhe uma estranha familiaridade. Não à toa hoje tocamos na mesma banda. Dividimos o mesmo palco, os mesmo sonhos, as mesmas angústias, as mesmas conquistas. </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Por que o Caliandares não é só a conquista do Lucas. É um dos marcos históricos dessa nova geração de compositores, que buscam, dentro da tradição da música popular brasileira, botar vírgulas novas, cores amazônidas, sem cair no regionalismo canhestro. É uma conquista de uma cena independente, por vezes invisível, amiúde desestimulada pelas políticas sectárias e mesquinhas. </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Esse barco construído no braço, a enxó, martelo, serrote e lixa, como tradicionalmente ainda constroem os barcos em Abaeté, é um sopro contundente, forjado com a paixão própria dos amantes, calafetado com o cuidado caro dos rigorosos.</div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
De Abaeté, mais famosos que os barcos que transportam passageiros, são os pequenos barcos de miriti, que ganham função lúdica na mão das crianças e função mística na peregrinação dos romeiros durante a festa do Círio de Nazaré. </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
De função lúdica, mística, histórica, pedagógica, poética, política, gratuita surge no horizonte esse Calliandares... e por onde andares, Calíope sentir-se-á representada, junto à Marcelo, Baque, os Pavones, as doces produtoras, a corja dos artistas que não sabem se vender, os devaneadores. </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Com o espumante vulgar que me resta nesses tempos de vacas magras, brindo o lançamento dessa embarcação. Vida longa. </div>
<div class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; font-family: signika, sans-serif; font-size: 14px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Raiou.<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtzp79nE9Ja4mKKkTu-3H_DmKZgWGqLEfNGlOrn9hK1sYdr5z-26umQhxN1EfQus5_aiOx1b3Pd1r8uOliALbuSaCAW9k1lUJAuDQs6wWKoPMxqNeoRotwofFLYBGpEcyQPWcdcfF1Xsw/s1600/10402753_585455504907221_4024445369340481754_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtzp79nE9Ja4mKKkTu-3H_DmKZgWGqLEfNGlOrn9hK1sYdr5z-26umQhxN1EfQus5_aiOx1b3Pd1r8uOliALbuSaCAW9k1lUJAuDQs6wWKoPMxqNeoRotwofFLYBGpEcyQPWcdcfF1Xsw/s1600/10402753_585455504907221_4024445369340481754_n.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<br />
baixe aqui:<br />
<a href="http://www.lucasguimaraesmusic.com/">http://www.lucasguimaraesmusic.com/</a>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-1601913699418515782014-05-06T22:08:00.000-07:002014-05-06T22:08:44.990-07:00Oficina de Criação Cinematográfica no Curro Velho<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 4.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><u>1º O homem, a câmera e o mundo: o nascimento do
olhar cinematográfico (ou a cinegrafia)</u><br />
Neste primeiro momento exercitaremos o princípio de toda a criação
cinematográfica, onde tudo começa: a cinegrafia (ou a arte de embalsamar em
eternidades existentes os fragmentos da realidade transitória). <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 4.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><u>2º Nada mais complexo que filmar uma mesa de
jantar: o nascimento do estilo cinematográfico (ou a mise-en-scene)</u><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 4.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Este é o momento, por excelência, do que chamam
“direção cinematográfica”. “Mise-en-scene” é um termo francês, oriundo do
teatro, que significa “pôr em cena”. “Pôr em cena”, no caso do cinema, é levar à
tela o movimento do drama, traçar no quadro cinematográfico, com as cores da
luz, as essências dos humores emanados das figuras de carne e osso. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 4.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><u>3º Temos
imagens, e daí? O que fazer com tudo isso? : o nascimento do filme enquanto
objeto (ou a montagem)</u><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 4.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aqui é o momento onde exercitaremos os
princípios do terceiro e último estágio da criação cinematográfica: a montagem
(ou a arte de criar tempo). <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É passeando pelos 3 grandes momentos da criação
cinematográfica, que esta oficina pretende se estruturar, e despertar no
participante a consciência estética e a iniciação prática às técnicas desta linguagem. </span></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ15YhGe41iAAVmdFVZ84NhkhsiwYvLuYFYhrfSarXbg9f94F72DHtratftF_olG-zCxd1el1tD2i5BmgXp0jC1-V1nE_N5ZfHx8H5jDzMoCslLaUHCbQ1tk8KbNQ3CEoR4KWc4piS_8E/s1600/10314699_791580627519369_8780782115045684461_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ15YhGe41iAAVmdFVZ84NhkhsiwYvLuYFYhrfSarXbg9f94F72DHtratftF_olG-zCxd1el1tD2i5BmgXp0jC1-V1nE_N5ZfHx8H5jDzMoCslLaUHCbQ1tk8KbNQ3CEoR4KWc4piS_8E/s1600/10314699_791580627519369_8780782115045684461_n.jpg" height="320" width="240" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9CVgCfIET2AIjY3hRXrp_CFwh6kf7PL2AABSQr5OFuLHABP21me0Tm7WzgU8pv3ka8Z25xq_6aInL2T9d5OCCktrnk7NKRYhHZcTwDXmsmf0G0NlkiW53-xSproyrmfhZ_gMCVGBceDc/s1600/10173583_791580637519368_4779274518849328120_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9CVgCfIET2AIjY3hRXrp_CFwh6kf7PL2AABSQr5OFuLHABP21me0Tm7WzgU8pv3ka8Z25xq_6aInL2T9d5OCCktrnk7NKRYhHZcTwDXmsmf0G0NlkiW53-xSproyrmfhZ_gMCVGBceDc/s1600/10173583_791580637519368_4779274518849328120_n.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-56615274904739693022014-03-11T17:49:00.001-07:002014-03-11T17:51:26.296-07:00Mini-curso de Cinema e Tarô em São Paulo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOfHou-5eHUGWcbBgWu12tTx1ArXmA8LULbkN4VsNYUlAblLVNMJfCmApkZgrgQyzdaeWnixUd6-POuQSZTfA9rzMeKCAMbLG0kyeoOFx62aF6WWfkAVfDt-_a__iwVsmOTQbEdwMHN-I/s1600/foto+de+capa+cartaz+do+curso.jpg" imageanchor="1" style="background-color: #cccccc; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOfHou-5eHUGWcbBgWu12tTx1ArXmA8LULbkN4VsNYUlAblLVNMJfCmApkZgrgQyzdaeWnixUd6-POuQSZTfA9rzMeKCAMbLG0kyeoOFx62aF6WWfkAVfDt-_a__iwVsmOTQbEdwMHN-I/s1600/foto+de+capa+cartaz+do+curso.jpg" height="118" width="320" /></a></div>
<div>
<span style="background-color: #cccccc; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 18.488887786865234px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: #cccccc; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 18.488887786865234px;">Em meu percurso individual de contato com os mistérios do mundo, houveram duas sendas particulares que se destacaram enquanto oráculos mais fecundos e reveladores. Na Estrada da Percepção e nas Veredas do Auto-Conhecimento, o Cinema e o Tarô se firmaram íntimos mestres, sempiternas esfinges. </span><br />
<span style="background-color: #cccccc; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 18.488887786865234px;">A ideia deste curso é justamente-encruzilhar esses saberes, para colher – no ponto onde as linhas se cruzam – a sua substância-comum.</span><br />
<span style="background-color: #cccccc; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 18.488887786865234px;">Cinema & Tarô. Ambos lidam, acima e sobretudo, com os s</span><span class="text_exposed_show" style="color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 18.488887786865234px;"><span style="background-color: #cccccc;">ignos visuais; ambos propõem, a pesar e além do nada, um mergulho no (coletivo) imaginário. Adentrar, consciente, os arcanos da Visão e da Hermenêutica das Imagens, é, por excelência, a liturgia de comunhão com os arquétipos humanos. Não existe abecedário visual mais completo que o tarô, e/ou mais infinito que o cinema.<br />A programação do curso não poderia ter sido decidida de outra forma. Dita a cartilha que o aprendiz de tarô deve se desenvolver em duas vias: a tarologia (estudo analítico das lâminas) e a taromancia (o jogo oracular). Quem rege a primeira via é o entendimento (o pai), a segunda, a intuição (a mãe), este filho que se busca encontro é a sabedoria.<br />O mesmo binário análogo se aplica ao cinema: saber receber/saber jogar. “Criar” e “contemplar” são verbos que se encontram na mesma moeda, quando nos percebemos, plenamente, parte da invenção.<br />As lâminas foram deitadas: VI - O enamorado (“Two lovers”, de James Gray, 2008); XIII – A Morte (“Filme demência”, de Carlos Reichenbach, 1986) e XXI – O Mundo (“L’Atalante”, de Jean Vigo, 1931).<br />Depois do estudo e do acaso, as obras. As sombras brilharão mais uma vez no fundo da caverna. O resto é interpretação.<br /><br />Instrutor: Mateus Moura (APJCC – 2014)<br />(aprendiz-realizador de cinema, música, teatro, poesia, entre outros saberes e jogos. Trabalha ministrando cursos e oficinas nestes assuntos, e prestando serviços de free-lancer em edição e cinegrafia. É membro-fundador da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema, crítico blogueiro e estudante de cinema na Universidade Federal do Pará)<br /><br />SERVIÇO:<br />no Estudio Lâmina<br />(São João, 108, sala 41 - metrô são bento)<br />dias 13, 14 e 15 de março<br />de 9h às 12h<br />Entrada franca</span><br /><span style="background-color: #cccccc;">Inscreva-se: cursocinemaetaro@gmail.com<br /><br />teaser: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=SMNs1ZaCmWM&feature=youtu.be" rel="nofollow nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://www.youtube.com/<wbr></wbr><span class="word_break" style="display: inline-block;"></span>watch?v=SMNs1ZaCmWM&feature<wbr></wbr><span class="word_break" style="display: inline-block;"></span>=youtu.be</a></span></span>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-67666383009367369442014-01-03T09:06:00.002-08:002014-01-03T09:09:39.757-08:00CURSO DE CINEMA ORIENTAL CONTEMPORÂNEO: Os construtores de espelhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="background-color: #cccccc; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 17.77777862548828px;">Desde 2012, o Sesc apresentou ao público cinéfilo da cidade, dois cursos que tiveram como foco o essencial do cinema oriental contemporâneo. A urgência pela divulgação e reflexão deste rico filão de obras e autores foi o combustível que impulsionou esta ação.</span></div>
<span style="background-color: #cccccc; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 17.77777862548828px;">Este terceiro curso finaliza enfim, com chave de ouro, esta série, apresentando:</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheC0EnmPq-dhw09bEDsz0AePqxZ5E54TRXTZIdt0iwb6ai1q5uGagOW0rfn17Gnwt4HiTumv5TKODuzCWYgTtvvDMnTX-gX_LRxXqDDxmr0nY1ELz8ueBgTmTF74elSPEffNHfjVdKWg4/s1600/the-wind-will-carry-us.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="background-color: #cccccc; color: black;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheC0EnmPq-dhw09bEDsz0AePqxZ5E54TRXTZIdt0iwb6ai1q5uGagOW0rfn17Gnwt4HiTumv5TKODuzCWYgTtvvDMnTX-gX_LRxXqDDxmr0nY1ELz8ueBgTmTF74elSPEffNHfjVdKWg4/s320/the-wind-will-carry-us.jpg" width="320" /></span></a></div>
<span style="background-color: #cccccc;"><br style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 17.77777862548828px;" />
<span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 17.77777862548828px;"><u>Os construtores de espelhos</u></span></span><br />
<span style="background-color: #cccccc;"><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 17.77777862548828px;">(TSAI MING-LIANG & ABBAS KIAROSTAMI E OS CAMINHOS DO RIO E DA PEDRA)</span><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 17.77777862548828px;"><br />Só existe um grande treinamento para o ser-cineasta: a observação. É preciso olhar muito para se imprimir um olhar significativo. Alguns cineastas, ao invés de se preocupar com a criação de objetos de arte de uma certa metragem e que contenham em título uma certa unidade narrativa, antes se preocupam, em seus colóquios solitários, com o mistério do tempo e das paisagens, e atravessam a existência aprimorando um estilo. Os filmes, em verdade, são, tão-somente, a memória de cada passo, o documento mítico de cada instante da jornada.<br />Tsai Ming-Liang registra o corpo de Lee Kang-Sheng, atravessando ficções, por mais de 20 anos, e a cada novo filme - contrariando a dieta contemporânea de degustação da imagem – o cineasta estende cada vez mais a duração de seus fixos planos-sequencias. O iraniano Abbas Kiarostami, abalado pelo terremoto que ocorreu no Irã em 1991, decide mergulhar definitivamente nas fissuras de sua terra e na abstração que constitui perseguir a verdade, e entre fazer ficções ou documentários, decide fazer cinema.<br />É observando com muita paciência e cuidado as áridas paisagens - humanas e naturais, do campo e da cidade – que estes dois mestres do cinema contemporâneo ousaram, com coragem e rigor, construir densos espelhos, para que o mundo pudesse se contemplar. Por caminhos de rios e pedras, encontrando seres e ideias, estas imagens eternizaram universos e ganharam o mundo.<br />Só existe um grande treinamento para o ser-cinéfilo: a observação.</span></span><br />
<span style="background-color: #cccccc;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 17.77777862548828px;"><br /></span>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAu0oXDRWYaluLZzmQZz7lcfCCfLNWdCrWmIp-srlrFyaTSuBFfGMqtF6sr8e_Axky4yDLhpfG_1HPngnwgHw_P0RhlvQrlFCAWI46hfDcFhQVEwiXrn9ZGNutKXXBv6JLgM4DewZVml8/s1600/lee_kang_sheng.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="background-color: #cccccc; color: black;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAu0oXDRWYaluLZzmQZz7lcfCCfLNWdCrWmIp-srlrFyaTSuBFfGMqtF6sr8e_Axky4yDLhpfG_1HPngnwgHw_P0RhlvQrlFCAWI46hfDcFhQVEwiXrn9ZGNutKXXBv6JLgM4DewZVml8/s1600/lee_kang_sheng.jpg" /></span></a></div>
<span style="background-color: #cccccc;"><br />
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.333333969116211px; line-height: 17.77777862548828px;">Idealização e texto: Mateus Moura (APJCC – 2014)<br /><br />SERVIÇO:<br />de 14 a 17 de janeiro<br />de 10h às 13h<br />Inscrições: 07 a 11 de janeiro, de 10h às 19h<br />no Sesc Boulevard<br />(Av. Boulevard Castilho França, 522-523 – Campina)<br />INSCRIÇÕES GRATUITAS – VAGAS LIMITADAS</span></span>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-30354026351644004862013-09-02T21:43:00.002-07:002013-09-18T05:48:54.887-07:00As caras velas que sopram as veladas velas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLfhp5eCa-UVU3mo5r5X7ihkpI_xnfxTxLPRI34ExHWo0jRKZO5ePHPGuzTkoq-jrH-8OAcTBtkz9dbXOy2ppmNyJjgXUGThyphenhyphen6b97lI3_3OpXtsuT5lCbu7MseRCsxe8LhiRHL8QnwnaU/s1600/IMG_6219.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLfhp5eCa-UVU3mo5r5X7ihkpI_xnfxTxLPRI34ExHWo0jRKZO5ePHPGuzTkoq-jrH-8OAcTBtkz9dbXOy2ppmNyJjgXUGThyphenhyphen6b97lI3_3OpXtsuT5lCbu7MseRCsxe8LhiRHL8QnwnaU/s320/IMG_6219.JPG" width="320" /></a></div>
"Terreiro de Iyá" é mais uma prova de que o cinema - principalmente os do filão que se rotula "documentário" - está caduco; que pouco importa para 'a busca da verdade' se o filme é um "curta-metragem", um "média-metragem" ou um "longa-metragem"; que as câmeras e a vontade de registrar (olhar sobre a realidade imaginada ou olhar imaginário sobre a realidade) estão nas mãos da Familia.<br />
Não se preocupem compositores malditos, pajés centenárias esquecidas, vosso canto não será mais negligenciado por uma classe que detém o poder de manipular o tal do cinema enquanto os mesmos choramingam verba estrangeira, assim como vossos rituais não serão mais formatados num pacote audiovisual institucional, assim como os tesouros históricos de vossos relatos não serão mais arquivados nas prateleiras mofadas do ostracismo cultural. Agora existe uma geração que, pelo próprio impulso de suas almas inquietas, pode escutar o chamado para recontar essas tantas histórias, ainda tão mal-contadas.<br />
O que é o tempo quando o batuque começa?<br />
Qual a responsabilidade diante do último brilho de um corpo que detém toda a sabedoria do esoterismo amazônico?<br />
É por enfrentar esses dois dilemas-complexos, do cinema & e da vida, que este filme tem toda a minha admiração. E, como sei que estes são apenas os primeiros suspiros de uma estrada que promete mergulhos cada vez mais profundos, vida longa aos seus realizadores... AXÉ!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhjFK-yavkKaHCuw5mmFX86wRAtzJtQKaS-S4KeGLNp0BODR0giDrQMO2PKQubv7UGdtbqoBZ4zoBGQwxAcDHpg5_kpdGA3Tlpz_JCy8ouwBGqw3zddYLUfaEgy3Rx2vlP8PFj9o7zMw/s1600/IMG_6220.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhjFK-yavkKaHCuw5mmFX86wRAtzJtQKaS-S4KeGLNp0BODR0giDrQMO2PKQubv7UGdtbqoBZ4zoBGQwxAcDHpg5_kpdGA3Tlpz_JCy8ouwBGqw3zddYLUfaEgy3Rx2vlP8PFj9o7zMw/s320/IMG_6220.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
De Natal, ao avistar essa estrela de Belém, escrevo este postal.</div>
<br />
MATOU O CINEMA E FOI A FAMILIA!<br />
<br />
Aqui o link do filme:<br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=9he7HmDzPHA">Terreiro de Iyá</a>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-86907513613120679012013-08-05T12:13:00.002-07:002013-08-05T12:15:25.959-07:00Oficina de Formação Cineclubista na Construção do Cineclube do Curso de Cinema<div style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; text-align: center;">
<span style="background-color: #cccccc; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">MATADOURO E POTEMKIN apresentam</span></div>
<span style="background-color: #cccccc; font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><b>OFICINA DE FORMAÇÃO CINECLUBISTA</b></span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Kc8Xx0XKV5eQMCONzV5c8uoRYOECvLkX-nkmdCO_KbkeWSoNxE-rMpfjWJBHgUek6Ivyf-GiK-HcrQoAIedvC6H8UviAyZ3w5Vk2xz8ego1R3jg0G68y2eluJd08_Fzp0WcrFeBJVhQ/s1600/potemkin-ship.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-decoration: none;"><span style="background-color: #cccccc; color: black;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Kc8Xx0XKV5eQMCONzV5c8uoRYOECvLkX-nkmdCO_KbkeWSoNxE-rMpfjWJBHgUek6Ivyf-GiK-HcrQoAIedvC6H8UviAyZ3w5Vk2xz8ego1R3jg0G68y2eluJd08_Fzp0WcrFeBJVhQ/s400/potemkin-ship.jpg" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; border: 1px solid rgb(0, 0, 0); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; padding: 1px; position: relative;" width="400" /></span></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px; text-align: center;">
<span style="background-color: #cccccc;"><br /></span></div>
<span style="background-color: #cccccc;"><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Não existe escola maior de cinema do que assistir as obras audiovisuais de seus realizadores. Um ano de estudo sobre o “neo-realismo”, sua importância histórica e analise dos seus conceitos filosóficos não valem mais que assistir aos 10 minutos finais de “Alemanha, Ano Zero”, de Roberto Rossellini. </span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Nada substitui a relação do espectador com um autor e suas ideias enquanto forma. Pode-se decorar datas, saber responder a formulários de múltipla-escolha e até resolver questões subjetivas embasadas em tal ou qual referencial teórico, mas a RELAÇÃO ESTÉTICA – ou em outras palavras, o 'acontecimento erótico das almas na senda sagrada da eternidade' - é insubstituível e insuperável.</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">O cineclube é o apagar e o acender das luzes. No seu momento escuro seu intuito é cultivar esse tipo de relação, insistir sempre pra urgência desse contato. </span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Mas também existe o acender. A outra viagem, depois da inconsciente. A que retorna, através da memória, ao filme, e que cutuca, com a vara da razão, as imagens. É o momento da comunhão da consciência; quando todos os espectadores – que em outro momento, uníssonos, olhavam a tela – agora se olham nos olhos, partilham olhares. É a movimento DIALÉTICO. </span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Na prática cineclubista o que se busca é a instauração do espaço da aprendizagem, onde não existem hierarquias, mas troca de conhecimento. </span><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">O filme como esfinge e o cinema como enigma revelam o percurso eterno dos peregrinos, que, em roda, desejando se descobrir, trocam impressões acerca dos mistérios partilhados. O cineclube é um produtor de imaginário, e, ademais, um estimulador do senso crítico. Receptivo e ativo, num movimento constante em busca de equilíbrio. </span></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Ele pode assumir várias funções: sociais, culturais, espirituais, políticas, científicas, pedagógicas, catárticas, profiláticas. Depende dos cineclubistas. </span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Esta OFICINA DE FORMAÇÃO CINECLUBISTA tem como foco a criação do Cineclube do Curso de Cinema. O que será, só seus construtores poderão descobrir. Aguardamos todos os interessados para a obra... </span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Ministrante: Mateus Moura<br />Produção: João Luciano e Arthur Alves</span></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><br style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Local: Auditório do Atelier de Artes do Campus Guamá - UFPa</span></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Programa:</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><b>Dia 12 (segunda-feira)</b></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">14h as 18h</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">- Apresentação da oficina e dos projetos (Matadouro e Navega)</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">- Discussão acerca da importância dos projetos de extensão para credibilização do curso institucionalmente </span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><br style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">- Reflexões sobre o cineclubismo e sobre que cineclube querem montar:</span></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">a – o que é um “cineclube”?</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">b – A importância em cada contexto</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">c – Os papéis do cineclubista</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">d – As funções do cineclube</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><br style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">-Os processos na prática cineclubista:</span></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">a – pré-produção (estudo, curadoria, comunicação)</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">b – produção (montagem técnica, condução de debate, apresentação de conceitos, registro)</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">c – pós-produção (divulgação do registro, construção da memória)</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">- Aula sobre a “montagem do circo” (estrutura)</span></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><br /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><b>Dia 13 (terça-feira)</b></span></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">14h as 18h</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">- Como montar uma cinemateca própria?</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">a – Discussão acerca da pirataria</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">b – A fraternidade cinefílica</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;"><br style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">- Montemos a programação:</span></span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">a – Quais os critérios?</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">b – Que funções cada um assumirá?</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">c – Qual o espaço? Como conseguir a infra-estrutura necessária?</span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">d – Quais as duvidas? </span><br style="font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 15px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">e – Proposta para uma programação semestral</span></span>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-12206331509900322472013-06-21T11:25:00.003-07:002013-06-21T11:27:09.861-07:00INSCRIÇOES ABERTAS PARA O SEGUNDO MODULO DO CURSO DE CINEMA ASIATICO CONTEMPORANEO NO SESC BOULEVARD<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt;">APJCC apresenta:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<u><span style="font-size: 16.0pt;">A “Ordem Monge Takuan”<o:p></o:p></span></u></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge4xTVYdsGKQBPWZkDilJkH4jaCi1R6dNMcCkIVVIfbmRybgoyxwvNfhzbjIUKEBa6ZZdlDjJQQtGkoI-vXoroFk-pXJ0PoeFGCKPh-ZbakoPfaLutEyDf0Aehlu2wTCjf2a2Lqnlz12Q/s1600/monge+takuan+logo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge4xTVYdsGKQBPWZkDilJkH4jaCi1R6dNMcCkIVVIfbmRybgoyxwvNfhzbjIUKEBa6ZZdlDjJQQtGkoI-vXoroFk-pXJ0PoeFGCKPh-ZbakoPfaLutEyDf0Aehlu2wTCjf2a2Lqnlz12Q/s1600/monge+takuan+logo.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
O monge Takuan, personagem histórico no Extremo Oriente, foi
considerado um dos maiores mestres de todos os tempos, e foi guru do mais
famoso de todos os samurais: Myiamoto Musashi.</div>
<div class="MsoNormal">
É clichê, na história e na estória, principalmente oriental,
que um caminho espiritual tem em seu percurso uma importante ponte chamada <u>conhecimento</u>.
É de suma importância que o samurai (assim como qualquer outra casta social)
atravesse-a, reconheça na caminhada o que a Humanidade construiu (e que lhe dá
suporte) e peregrine então com o timbre dos próprios passos.</div>
<div class="MsoNormal">
Esse momento mais detido de estudo, na época de Takuan e
Musashi, se realizava, normalmente, num longo exílio, onde o aprendiz estaria
só, com os livros mais importantes dos grandes sábios indianos e japoneses.</div>
<div class="MsoNormal">
Hoje, alguns séculos mais tarde, temos, além do suporte da
palavra caligrafada, outras pontes de conhecimento, dentre elas, o Audiovisual.</div>
<div class="MsoNormal">
A justificativa desse “projeto de
ordem” parte de: 1) uma lúdica pergunta e 2) uma lúcida posição política:</div>
<div class="MsoNormal">
1) Quais seriam os filmes que o
Monge Takuan selecionaria para um aprendiz?</div>
<div class="MsoNormal">
2) É preciso que, na cidade de
Belém, se exiba/discuta/cultive o universo chamado cinema oriental!</div>
<div class="MsoNormal">
A “Ordem Monge Takuan” é um
estímulo a certa disciplina nesse sentido, e uma sacralização, enquanto ritual
nomeado, de uma ação com tais sendas de vivência espiritual abertas.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Idealização: Mateus Moura e Cauby
Monteiro (APJCC – 2011)</div>
<div class="MsoNormal">
Texto: Mateus Moura (APJCC – 2012)</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt;">SESC apresenta:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<u><span style="font-size: 17.0pt;">Curso de Cinema Asiático
Contemporâneo: enfim às Índias<o:p></o:p></span></u></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se houveram vezes na História do
Cinema em que os EUA trouxeram a novidade, ou a França, a Itália, o Brasil, a
URSS, hoje, sem dúvida, é dos países do Extremo Oriente que surgem os objetos
mais notadamente não-identificados. Afora o movimento forte de vanguarda,
parece vir de lá, como se não bastasse, o melhor “cinema clássico”, assim como
o melhor “cinema comercial”. </div>
<div class="MsoNormal">
Tais cinematografias, por se
tratarem de obras experimentais e/ou distantes, tem circulação restrita a poucos
circuitos alternativos. Devido a essa falta de acesso, acabamos creditando a
outrem o pódio que outros mereciam ocupar. </div>
<div class="MsoNormal">
O “Curso de Cinema Asiático
Contemporâneo: enfim às Índias” propõe uma grande navegação a esse inexplorado
continente, tão rico e fascinante. A cartografia deverá ser crítica, os olhos
nus e a vontade de exploração criativa. Serão 4 módulos, 2 cineastas
perseguidos em cada. Enfim às Índias, sem sair do lugar.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<u>Módulo 2: A vida como ela é, uma vez</u> </div>
<div class="MsoNormal">
(HONG SANG SOO & JIA ZHANG-KE E A ORIGEM DO MUNDO)</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWRaFJvL1vM2oFfp-NGSPeZx0Vjyd4tknDXpDxxebdYTe56rp39F-55u-TKTAVQz7DCrUHY6-REGRFWGjwujGdJrexkRuNJRkI-eLZ1kLN2Pv3arA7iuIlSApnqrmnCyb2kTebZLpVDbY/s1600/article00.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWRaFJvL1vM2oFfp-NGSPeZx0Vjyd4tknDXpDxxebdYTe56rp39F-55u-TKTAVQz7DCrUHY6-REGRFWGjwujGdJrexkRuNJRkI-eLZ1kLN2Pv3arA7iuIlSApnqrmnCyb2kTebZLpVDbY/s400/article00.jpg" width="400" /></a></div>
Se gênios do cinema como Yasujiro Ozu, Roberto Rossellini,
Eric Rohmer, Jean Eustache acreditaram na máquina audiovisual como esse aparato
que ao revelar o mundo constrói um universo, é porque seguiam a máxima
hermética que o que está do lado de fora é como o que está do lado de dentro.
Verdadeiros mensageiros alados, ao deslizar as encostas do caminho que
trilharam, engendraram em seus momentos de comunicação com o mundo, fiéis
epifanias, tecidas de arte e milagre.<br />
<div class="MsoNormal">
Hong Sang-Soo e Jia Zhang-Ke, herdeiros contundentes deste
cinema que Louis Lumiére, Robert Flaherty, André Bazin, Cesare Zavattini
sonharam outrora, são, enquanto orientais (ocidentais), indivíduos ícones de
nossa era. </div>
<div class="MsoNormal">
Os personagens do primeiro são sempre homens-artistas-perdidos,
perdidos com sua mente e a vontade inelutável de criar, perdidos com sua pica e
a vontade inexorável de copular... Em “Noite e dia”, em cena antológica e
ontológica, numa exposição dos quadros do realista Gustave Courbet, o casal
discute, perscrutando o quadro, se ele se chama “A Origem do Mundo” ou “A
Origem do Homem”. O diretor coreano Hong Sang-Soo, ao originar o seu mundo no
espaço do tempo de um plano, retorna sempre às origens do homem & ao
originar no personagem o homem segue sempre em direção ao mundo. Assim como o
quadro que está na parede do museu não é nada além de uma superfície com
tintas, o universo que se projeta fantasmático não é nada mais que luz de um
outrora aprisionado. A vida como ela é, uma vez.</div>
<div class="MsoNormal">
O segundo, o chinês Jia Zhang-Ke, impressiona com o seu faro
de observador atento das superfícies mais profundas. Vê no cinema, claramente,
sacro ofício de uma função: registrar o Mundo. Tarefa paradoxal em sua
subjetividade-objetividade, labiríntica em suas entranhas, a arte de gravar é,
em seu livre-arbítrio, problema ético dos mais complexos. </div>
<div class="MsoNormal">
Em “Em busca da Vida”, filme onde registra o drama de
cidadãos se adequando às decisões da nação, Jia traz a tona o homem em sua
relação mais direta com a existência. Lembrando sempre da ficção inerente à
construção artística, não obstante, nos recorda sempre que há um narrador, e
que toda verdade só pode brilhar envolta neste olhar terno e desconfiado
chamado mentira. A vida como ela é, uma vez.</div>
<div class="MsoNormal">
Era uma vez...</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH5ck16jxjBWaUCvNC1szpcdnmEGR4TLnae78-qJVmkSBYE1US11W5LbMnxZK4g65EyzEEhKtwnH3_1hyphenhyphen3w4VA3dMDWl7ZTCNNIc8v2Lvj6Rxmwrf1wjc_DYGzgPOaV1Z_bbGaGWHHTdE/s1600/6a00d8341c562c53ef0120a9128a60970b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH5ck16jxjBWaUCvNC1szpcdnmEGR4TLnae78-qJVmkSBYE1US11W5LbMnxZK4g65EyzEEhKtwnH3_1hyphenhyphen3w4VA3dMDWl7ZTCNNIc8v2Lvj6Rxmwrf1wjc_DYGzgPOaV1Z_bbGaGWHHTdE/s400/6a00d8341c562c53ef0120a9128a60970b.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Idealização e texto: Mateus Moura
(APJCC – 2013)</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
SERVIÇO:</div>
<div class="MsoNormal">
Módulo II – A vida como ela é, uma
vez</div>
<div class="MsoNormal">
09, 10, 11 e 12 de julho</div>
<div class="MsoNormal">
De 10h as 13h</div>
<div class="MsoNormal">
No Sesc Boulevard</div>
<div class="MsoNormal">
(Av. Boulevard Castilho França,
522-523 – Campina)</div>
<div class="MsoNormal">
INSCRIÇÕES ABERTAS – de 02 a 12 de
julho, das 10h as 18h – no Sesc Boulevard – VAGAS LIMITADAS</div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-31885667070647972262013-03-22T06:18:00.004-07:002013-03-22T09:42:44.156-07:00Mythos Vigo<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcUE-yfSlHzvAJ3tqrj1SEqQcJoz8YIDz5C1Dth_pC1SPp9tNMs0gUX52MTToBOr7I0jscDJLPeH-pHt8mD0WjzFLmxv6CJUbCNDRow0LZmYa8mhZjDLAkpAEQjTEqkJT1OWPC20pmVDE/s1600/atalante4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcUE-yfSlHzvAJ3tqrj1SEqQcJoz8YIDz5C1Dth_pC1SPp9tNMs0gUX52MTToBOr7I0jscDJLPeH-pHt8mD0WjzFLmxv6CJUbCNDRow0LZmYa8mhZjDLAkpAEQjTEqkJT1OWPC20pmVDE/s320/atalante4.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Por que “O Atalante” sempre acalentará os que indelevelmente foram envolvidos
por esse manto chamado Cinema?</div>
<div class="MsoNormal">
São várias razões, e todas elas caminham pras essências. </div>
<div class="MsoNormal">
Primeiro é que Jean Vigo é um grande observador da vida
invisível, aquela que paira como uma atmosfera. Seu gênio adentra a realidade
dos sonhos, colhe os sentimentos humanos mais profundos, os medos mais puros,
as sensações mais patéticas, as emoções mais espontâneas. É um visionário do é.</div>
<div class="MsoNormal">
Segundo é que Jean Vigo é um grande observador da vida
visível, aquela que pulsa na pele. Sentimos fisicamente o desejo (o que anima o
ser), em todas as suas faces: erótica, aventureira, curiosa, fatalista, amoral,
bruta. E, além da pele, a realidade social (as sombras da “cidade das luzes”),
com suas filas de desemprego, suas fúteis vitrines, seu teatro de bonecos, sua
sujeira, seu abandono... e seus incríveis sobreviventes.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibX2SDHmqzyPp_ttutDL7tbvDgj2rZP-n-hznGESRSGSPQAogOOQGilSLo4078wT7PoJIedoQTEivSTvdlnjfTfJblJj-C_cnYILcA43J8F5-2xHPUFrSCg9krhbrLy52NxKK4XYfF0Xs/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibX2SDHmqzyPp_ttutDL7tbvDgj2rZP-n-hznGESRSGSPQAogOOQGilSLo4078wT7PoJIedoQTEivSTvdlnjfTfJblJj-C_cnYILcA43J8F5-2xHPUFrSCg9krhbrLy52NxKK4XYfF0Xs/s1600/images.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Todo grande cineasta, necessariamente, é um grande observador. E Jean Vigo é o
que é porque tinha Olho. Enxergava, além, mas acima de tudo aqui, pro fundo;
navegava, aportava, mergulhava. Jean Vigo abria os olhos dentro d’água,
acreditava!<br />
E com toda essa crença na vida ele a transfigurou completamente. Inventou uma
forma que era pura invenção, para reencontrar o que se escondia atrás das
formas.<br />
Nessa grande aventura, onírica por excelência, o poeta montou sua trupe, de
atores iluminados, de um grande operador de câmera, de um delicadíssimo músico,
de um barco, e vagueou em busca daquilo que era sublime, daquela beleza que
abraçava tudo o que aparentemente nada tinha a ver com o belo, daquela alquimia
que só poderia existir uma vez (impressa por uma luz numa película), daquela
anarquia que só desejava expressar a verdade de um mundo (e que pra isso
abandonou o tolo raccord, a velhaca verossimilhança, o instituído). </div>
<div class="MsoNormal">
Em tom de fantasia, transportou, num vôo sincero, o
insustentável peso da realidade. Relembrou-nos que é feérico o mundo em que
vivemos! “O Atalante” é um colírio para re-percebermos o mundo encantado que
flui ao nosso redor: o “homem comum (que comanda seu barco pelo tempo, entre o
cotidiano e o cio)”, o “velho lobo do mar (bufão que tudo experimentou e que
nos guia, meio diabo meio mago)”, a “mulher-criança (sonhadora, aventureira,
cuidadosa, livre, fértil)”, o “caixeiro-viajante (suas andanças e seus truques,
seu ímpeto de aventuras e suas máscaras)”, os encontros/desencontros, os
símbolos inescapáveis, as alegorias ambulantes, os agouros, os milagres. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-bQ5MoThrAREGFVcpnDBKiPcJrUUSzzhO2wxJKiH8CDup2gmeGKuVYKg4IY8PQSJjjKjDaYJJJSJDuqT1u9pSshs-vtlGdVq-EHWV5Qh_IC94cnQblift6KBy8x3gC1yCnzfxsS1v2xs/s1600/atalante32.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Se o Cinema – uma máquina que grava fragmentos de um devir,
reagrupa-os num tempo que se cria, funda um mundo – pode existir, por que não
poderia acontecer de um disco ser tocado com o dedo? Afinal existe
eletricidade, rádio... coisas tão absurdas quanto. A vida, ensina Pére Jules, é
recheada de mistérios que muitas vezes nossos olhos não percebem, cegos que estão
pela razão. A vida é mais que a razão!<br />
Próximo do nascimento, na fase da infância, ainda temos, como grande aliada dos
olhos, antes da razão, a imaginação. <br />
Se os olhos são o fruto que se doa e se recebe em verbo (olhar), a imaginação é
a semente (a centelha) – a possibilidade da criação.</div>
<div class="MsoNormal">
Vigo, muito próximo naquele momento da volta ao ser (ou em
outras palavras, da Morte), apontou sua máquina como que se despedindo de tudo
aquilo de visível e invisível que amara nesse plano que o quadro limita (a Vida
vista). E (visionário) já grande observador do que viria, trouxe, através da
imaginação, aquilo de essencial, antes-além do corpo, do olho, das relações, das
condições. E pelo oráculo do cinema imprimiu isto de eterno, que só podemos
enxergar se acreditarmos, se ouvirmos a canção que os dedos tocam e que o
cinema, limitando um quadro, pode criar ao conjugar as substâncias do som e da
imagem.</div>
<div class="MsoNormal">
Essa dança que Vigo traduziu alguns chamam de Mundo. Esse
corpo que dança, fantasmático, e que nos acalenta há mais de um século, se
chama Cinema.</div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmn29O6RC2TB-n1Dn4YiDCH6QNxhrEOqKmDzpr1Vf-FYKS1efIb0z_l8eVMO-93FYRVZIVa2ZOG8Zm_hHNq7YyxxevOzhOsldQl570rYMeqrwnZC4sX0Yy1BZ2bzdqf7kxoNTt4fLbAk8/s1600/21-Major-Worlfd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmn29O6RC2TB-n1Dn4YiDCH6QNxhrEOqKmDzpr1Vf-FYKS1efIb0z_l8eVMO-93FYRVZIVa2ZOG8Zm_hHNq7YyxxevOzhOsldQl570rYMeqrwnZC4sX0Yy1BZ2bzdqf7kxoNTt4fLbAk8/s320/21-Major-Worlfd.jpg" width="168" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-bQ5MoThrAREGFVcpnDBKiPcJrUUSzzhO2wxJKiH8CDup2gmeGKuVYKg4IY8PQSJjjKjDaYJJJSJDuqT1u9pSshs-vtlGdVq-EHWV5Qh_IC94cnQblift6KBy8x3gC1yCnzfxsS1v2xs/s1600/atalante32.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-bQ5MoThrAREGFVcpnDBKiPcJrUUSzzhO2wxJKiH8CDup2gmeGKuVYKg4IY8PQSJjjKjDaYJJJSJDuqT1u9pSshs-vtlGdVq-EHWV5Qh_IC94cnQblift6KBy8x3gC1yCnzfxsS1v2xs/s320/atalante32.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
Mateos.</div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-65179494092295649972013-03-10T14:54:00.003-07:002013-03-10T14:59:26.070-07:00quadro A ILHA quadroLink abaixo de uma matéria sobre o Coletivo Quadro a Quadro e "A Ilha"<br />
<br />
"Quadro a quadro, ou o cinema paulatino independente", por Patrícia Lino<br />
http://tinhapaixao.blogspot.pt/2013/03/10.html<br />
<br />
<br />Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-33493138162115057142012-11-05T04:13:00.000-08:002012-11-05T04:13:05.936-08:00Sobre ensaios sobre a luz nas trevas<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: Arial;">Da epistemologia:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Helvetica; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;">Não me interessa a causa operária do peão, a
poderosa ferramenta do cavalo, a bondade divina do bispo ou a amplitude de
artilharia de massa da torre, nem mesmo a desenvoltura graciosa da rainha me
interessa; e, sobretudo, não me interessa o xeque-mate! Me resguardo à humildigna
posição de pôr em xeque. Só assim alcançarei o meu objetivo: deixar em alerta o
outro, através da engenharia da estratégia (ou do blefe?).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="tab-stops: 205.95pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: Arial;">Sobre ensaios sobre a
luz nas trevas<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; font-size: 7.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">“Não
é na atmosfera que se realiza o grande fenômeno da luz, é nos olhos organizados
para vê-la.” (Eliphas Levy)<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; font-size: 7.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">“E
agora, Lanu, tu és o autor e o espectador,o irradiador e a irradiação, a luz no
som e o som na luz.” (Verso do Livro dos Preceitos de Ouro)</span><span style="font-family: Helvetica; font-size: 7.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; font-size: 7.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;">“fragmentos
de verdades em um teatro de ilusões” (Satyr)<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; font-size: 7.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">"A
criatividade é uma percepção diante do vazio"(Burroughs)<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Criação é luz, o espectador um prisma; a
obra gira como uma manivela; projeta-se em julgamento, sob o filtro do gosto,
um tom de cor. Existem milhares de tons; mais frios, mais quentes, mais duros,
mais suaves... e tudo é superstição: a crença de verdade sob um ponto de vista
(ou a super-extimação de si – o que chamamos “verdadeiro”). Construímos
conhecimento – graças há deus – porque produzimos uma substância, maternal por
excelência, denominada fé – a enzima da esperança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Se a Inteligência tem como mãe a Fé, o
Saber é o pai. Se o Saber não a fecunda, a Fé se perde em devaneios estéreis de
uma mal-amada em estado de decadência psicótica e esquizofrênica. Vira
fanatismo. O Saber sem a Fé para acreditá-lo morre cínico de si mesmo, caótico
revoltado, como haveria de ser um solitário e patético mar sem o céu para
dividir com alguém a companhia da existência. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A ALÇADA DAS INTERPRETAÇÕES: nos afoga
porque não pode nos salvar. Nas <i>melhores águas</i>
não nos contentamos em apenas pescar, mergulhamos sobretudo, de fato. Procuramos
olhar mesmo os peixes no fundo dos olhos, face a face, sob o visor de nossos
escafandros... pelo inútil prazer de confrontar um segredo belo e
imperscrutável. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">No sonho de assistir a retina em instinto
& pensamento não existe o duelo verdade e mentira, há apenas o movimento
cintilante da córnea, e o milagre da construção da Imagem no mistério da mente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Mas o que é construir uma Imagem???? Eu,construí
uma imagem / você, vai percebê-la. Ser é perceber, ser é ser percebido. Quem
constrói imagens é um Criador, quem as enxerga é Espectador. Criador e Espectador
não são Profissões!!! São Estados – que podemos habitar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Mas o que é CONSTRUIR UMA IMAGEM??? É
ENCONTRÁ-LA!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Não inventamos nada, transmutamos.
Damos cria ao um, para figurar no infinito. Re-produzimos. Assim parimos para a
Cultura, e juntos todos somos a Humanidade – (o espelho quebrado da Natureza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">MAS O QUE É ENCONTRAR UMA IMAGEM???<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Onde vivo sabem tudo isso sem precisar
entender. Plácido encontra uma <b>imagem</b>
à beira de um igarapé, ela <u>recebe</u> o nome de Nossa Senhora de Nazaré. Com
essa imagem, rituais, rituais, rituais, sentidos, sentidos, sentidos, fé, fé,
fé, saber, saber, saber, reciprocidade, reciprocidade, reciprocidade,... é
assim a Imagem, terminada sua construção: vivo engendramento. Em Chaves, no
Marajó, foi encontrada uma imagem em uma raiz no mangue, uma “raiz-imagem”, que
<u>recebeu</u> o nome de Nossa Senhora da Mexiana. <u>Recebeu</u>
adornos,adornos, adornos, signos, signos, signos, cantos, cantos, cantos,
altares... é assim a Imagem, para ela Ser precisa ser <u>recebida</u>. Uma
imagem pode ser visual, sonora, tátil, olfativa, gustativa, mental; pode ser
feita de madeira, plástico, tecido, corpo, luz. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6VuQPjXtY15EGLRsl0PvEwvrv6IstFZKAZ8mLpSTA4iN1R7r6P_HhMV-n7mX5R_tL33XSVXv7i6POzRJydauATwNbIbLI-gaViFduUIZDJbjIDc5ITHkMRCjRFlEsKS7Ok-yNfHuQpUE/s1600/261933491_c02bc5513b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6VuQPjXtY15EGLRsl0PvEwvrv6IstFZKAZ8mLpSTA4iN1R7r6P_HhMV-n7mX5R_tL33XSVXv7i6POzRJydauATwNbIbLI-gaViFduUIZDJbjIDc5ITHkMRCjRFlEsKS7Ok-yNfHuQpUE/s320/261933491_c02bc5513b.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17px; text-align: left;"><span style="font-size: xx-small;">Imagem encontrada por Plácido às margens do igarapé Murucutu em 1700. Hoje é encontrada numa redoma de cristal antiprojétil no Glória da Basílica de Nazaré</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-ansi-language: #0016; mso-bidi-font-family: Arial;">O processo cinematográfico,
normalmente, encerra 4 grandes ciclos de mortes e reencarnações. No primeiro
nasce a idéia, que morre no papel, ou num escaninho da memória; no segundo,
captura-se da realidade as idéias do escaninho que agora são gravadas, e morrem
na película ou no cartão magnético; no terceiro, recolhem-se esses fragmentos,
dá-se uma última forma sequencial e o filme morre, mais uma vez, numa lata de
negativo ou como arquivo guardado em um computador ou dvd, para, então, estar
apto a renascer todas as vezes que alguém o colocar para rodar. Aqui é onde se
faz a última viagem, a volta à mente, o retorno ao lar. Quase como uma
profecia: da mente saístes e à mente retornarás. Eis a metempsicose cinética,
metam<b>órfica</b> por excelência,
milagrosa por essência, quixotesca em sua errância, luminosa em sua
obscuridade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Parece que falo de religião quando falo
de arte? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Uma arquitetura de culto, a postura de
reciprocidade, a imagem em altar, a vertigem-devaneio-barravento. De que falo: uma
festa, uma missa ou uma projeção?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Falo de uma celebração: à epifania dos
sentidos, ao milagre da transubstanciação, à crença da criação como realidade,
à luz, ao olhar. Há diversas liturgias para este fenômeno de mergulho enteógeno
ontológico, rituais que se utilizam de batuques, de danças, de substâncias, de
palavras... um dos mais famosos é o diáfano Cinema. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Mateos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">p.s: Uma voz (no fim do túnel do texto)
diz, vejo: Audiovisual: a menos que ouças não poderás ver, a menos que vejas
não poderás ouvir. Ouvir e ver: eis o primeiro estágio. E a verdadeira Senda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYVyvR2-SZiAgwXKNk8DwXsesBWC6UvmkeuinROZljXBgA2jY0OtLGCTUpCM2fIdpjFINInvQniV3mYcuQcxL2NO3-pAcCXhFpFzjhkIxVoOkbizymmwBET0HeCw0Vup-vI2O8-uTRDas/s1600/permanencia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYVyvR2-SZiAgwXKNk8DwXsesBWC6UvmkeuinROZljXBgA2jY0OtLGCTUpCM2fIdpjFINInvQniV3mYcuQcxL2NO3-pAcCXhFpFzjhkIxVoOkbizymmwBET0HeCw0Vup-vI2O8-uTRDas/s320/permanencia.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 17px; text-align: left;"><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: xx-small;">Imagem encontrada no filme Permanência (1976) de Vicente Franz Cecim - escritor, cineasta e alquimista de Andara</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Helvetica; text-indent: 35.4pt;">*publicado originalmente na "Recibo Jambu nº15" - </span><a href="http://issuu.com/recibo/docs/recibo_jambu_online" style="text-indent: 35.4pt;">http://issuu.com/recibo/docs/recibo_jambu_online</a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Helvetica; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> <o:p></o:p></span></div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-27787260763754862652012-10-07T13:48:00.000-07:002012-10-07T13:56:57.918-07:00O registro e o nada<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt;">“Sou um cara de fala atropelada<br />
quando tomo bolas<br />
como não as tomo<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Sou um cara de feições caladas” <o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt;">(Ventre Livre -Fellini)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p> </o:p>Há algum tempo que o espírito que se acorda em mim não toma
como prioridade a “crítica cinematográfica”; supostamente matéria, que este
blog, de início, se pôs a, sob os filtros subjetivos, iluminar objetivamente?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Primeiro post foi assim:</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009</div>
<h3>
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5990881508954849571" name="5014047767369497496"></a>Alo alo </h3>
<div class="MsoNormal">
Sobre cinema, blog pessoal, liberdade de falar
disponibilidade de ouvir, publicação informal, simples e sério, contradição,
eu.<br />
<br />
Mateus Moura.”<u><o:p></o:p></u></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Desde cedo o falar sobre cinema me interessou sob a forma de
abordagem mais próxima do ensaio... “cinemateusmoura.blogspot.com.br”... junção
em um do meu nome social ao cinema, era, profissionalmente, o caminho que tinha
escolhido trilhar, o máscara que, na ágora, tinha elencado vestir. Ainda é
assim? Ainda é por isso que o tal do espírito se coça, ou que o tal do ego se apresenta?
</div>
<div class="MsoNormal">
“Si né” mateus moura, talvez fosse mais honesto. “Si” sendo
esse olhar-espelho pro fundo é terno. “Né”, um empréstimo do francês: o <i>né</i>, que em
português se grafa “nascido”. “Mateus Moura” a grafia-assinatura da máscara
social, e que já se encontra até anacrônica, já que assino “Mateos” aqui, desde
<a href="http://cinemateusmoura.blogspot.com.br/2010/10/das-nuvens-etereas.html">http://cinemateusmoura.blogspot.com.br/2010/10/das-nuvens-etereas.html</a>.</div>
<div class="MsoNormal">
Enfim, é inevitável, pelo menos na minha parca experiência,
que o fluxo atravessa todas as correntes da coerência. É inevitável que a
unidade daquilo que flerta com o irracional, seja, no mínimo, de formato
geométrico mais curvilíneo que um quadrado. “Se, né Mateus Moura?”. </div>
<div class="MsoNormal">
Se. </div>
<div class="MsoNormal">
Se reconheço, de dentro olhando como de fora, que já não sou
mais o mesmo, nem nunca quis um futuro onde fosse o mesmo, é preciso, ainda com
um esforço da razão (a mais misteriosa das ferramentas), esse exercício da escrita
(que conjuga trampolim e fotografia, o salto e o congelamento). </div>
<div class="MsoNormal">
Nesse meio tempo, de uns anos pra cá, o espírito arrumou
sarna no teatro, na música, na religião, na comunicação, na performance, na
permacultura, na literatura. Todas essas experiências alimentaram o que penso
sobre o mundo e as imagens. E se escrevo muito menos sobre cinema hoje é
porque estou ocupado a pensá-lo dentro de sua própria linguagem. E fora. Que
sempre estou a Olhar todas essas áreas, e a construir imagens, e a decupar pensamentos,
e a engendrar encenações e em me admirar com o registro e seu poder de
transfiguração. Em todos esses outros campos e linguagens sou, indelevelmente,
um bicho que foi picado pelo cinema. E, não obstante, sou aquele que vai
trabalhando a linguagem audiovisual diariamente e que é influenciado por todas
essas outras experiências. </div>
<div class="MsoNormal">
Sim, ainda é o Cinema a Grande Sarna, e eu um vira-lata
mazoquista a mordiscar meu próprio couro... cinemateusmoura ainda faz sentido,
mas esse blog não é mais apenas sobre cinema (há algum tempo), mas sobre esse olho que carrega o cinema como cicatriz, assim como o
nome.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas, relaxa, que toda essa galhofada morfológica não é nada
não, é pura punheta intelectual, com infantis fins de gozo ontológico. Exercício
de puro engodo. Mera digressão simbólica. Não muda nada. apenas registro
dessa volta no círculo do vazio. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É que cada dia mais me interessam esses dois fenômenos: o
registro e o nada.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt;">“Gosto de bicho<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Gosto de gente<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Quando estou contente<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Quando estou contente, sou um bicho de olho reluzente” <o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt;">(Ventre Livre -Fellini)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
Mateos.</div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-55738938178254604082012-09-19T10:16:00.004-07:002012-09-19T10:18:24.703-07:00/matou o cinema #hà banda dos compositores<br />
<div class="MsoNormal">
Percebendo-se como gênero <i>fique são</i>, MATOU O CINEMA E FOI A FAMILIA, durante seus 5 meses de
existência, descobriu vários sub-gêneros; os já visíveis e não nomeados, e os
que foram nomeados para se tornarem visíveis. </div>
<div class="MsoNormal">
#parábolas, #sessões cinegráphicas, #imspressões, #grimório,
#navegAções, #crônicas, #perifeerias, #autos, #jornalixmos, #reminiscências,
#diá rios</div>
<div class="MsoNormal">
Foram os que surgiram até então, todos com o interesse de
abrir trilha para si e para quem quiser se aventurar pelas mesmas matas (e/ou
análogas).</div>
<div class="MsoNormal">
Todos esses caminhos nasceram obedecendo à simples urgência
de existir, seja por uma resposta política imediata a partir de um fato social
(#jornalixmo, #crônicas), seja pelo prazer de se admirar (#sessões
cinegráphicas, # imspressões, #diá
rios), seja pela construção de memória/micro-história (#navegAções, #reminiscências), seja pela experimentação e síntese em busca da
expressão do silêncio lírico e/ou épico (#grimório, #autos, #parábolas). MATOU O CINEMA
E FOI A FAMILIA é um conceito, uma prática e um canal
(www.youtube.com/matouocinema).</div>
<div class="MsoNormal">
Tudo o que o cinema sempre fez até hoje foi criar - no suporte da imagem - memória de
certos olhares.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
#hà banda dos compositores</div>
<div class="MsoNormal">
Este sub-gênero <i>fique
são</i> surge da urgência em revelar certos seres que criam linguagem e
universos poéticos abrindo melodias e versos.</div>
<div class="MsoNormal">
O “Objeto de 3 coisas”, não obstante, é subjeto de 3
sujeitos: um habitat, e a sua alma nas coisas; a tradução dessa alma pelos
humanos, que ali inventaram isso que denominam ‘alma’; o questionamento acerca
do que realmente quer dizer melodia, ritmo, harmonia, ruído e silêncio.</div>
<div class="MsoNormal">
“Rede roxa”, “Cadeira de mogno” e “O balanço” são as 3
coisas (objetos, subjetos, músicas, ideias, formas, imagens, construções) que
compõem esta peça áudio-visual, que intenciona, entre outras coisas, registrar
o universo poético do compositor Fernando Paraense.</div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=AdIELwOpkIU&feature=plcp">http://www.youtube.com/watch?v=AdIELwOpkIU&feature=plcp</a></div>
<div class="MsoNormal">
#hà banda dos compositores pretende seguir trilha revelando
notáveis. Olhares sobre poéticas se farão ouvir. Hàs construções, para trazer à
tona as realidades da linguagem.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mateos.</div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-62261048490095026992012-09-18T13:04:00.000-07:002012-09-18T13:06:19.010-07:00MANIFESTO-ME hÀ FAMILIA (no rastro do que sobrou)<br />
<div class="MsoNormal">
0.</div>
<div class="MsoNormal">
Sinto as reminiscências em meu Imaginá<i>rio</i> se comportarem como pólvora. Os disparos vem em forma de
imagens (ou fatos?). Disparos talvez feio festim: divertidos e perigosos, <b>luminosos</b>. São fogos de artífices,
fogos-fátuos. O oratório está aberto: </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
1.</div>
<div class="MsoNormal">
O homem e a câmera só podem ocupar um espaço (no tempo). A
gravação disso na eternidade é transformar em linguagem o fragmento do mundo
exterior visível e auditivo. É o milagre da transubstanciação. É alquimia na
senda do realismo. É quando olhamos para o símbolo e para o fluxo e ambos fazem
parte da mesma matéria-espelho, onde encaramos nossos olhos e o fundo.</div>
<div class="MsoNormal">
O que sobra quando abandonamos todos os ornamentos é a mera
sintaxe de justapor imagens e sons, e a mera aventura de fixar num suporte a
realidade que certo limite de luz faz a câmera e o humano ver e certo limite de
hertz que faz o gravador e o humano ouvir... Então: o que gravar (e como) neste
tempo que se derrama? - é a única <u>inescapável questão</u> durante o ato de filmar
(estética por excelência: pois é sobre como sinto/e traduzo o mundo do
seu/meu/nosso âmago). </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
2.</div>
<div class="MsoNormal">
Não to falando de estética da fome, do sonho, do lixo, to
falando de “estética da família”, ela engoliu tudo isso, e a Mídia, a Ciência,
a Política, a Natureza. Essa Família vive na “qualquer casa”. Ela linka,
sampleia, antropofagiza, vomita, mata, ama. O gênero é “fique são”, é uma
loucura lúcida do rizoma chamado liberdade. Toma a ilusão por clareza, a
clareza por ilusão > encruzilha > gira ~ é a Roda da Esperança, a palheta
estelar da Fé.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
3.</div>
<div class="MsoNormal">
A proposta de pensar a afirmação da negação da hegemonia do
convencionado Cinema, como essa própria frase explicita, não é negação, mas uma
afirmação, assertiva e calma, ousada. A Familia não nega nada, apenas assume a
posição de negadora, da que não precisa de nada. Logicamente não deixa de
deglutir tudo que não precisa, é canibal e glutona por excelência. Quanto à
religião: Não, a Família não cultua Entidades, ela cultiva! : encontra a
semente, planta, rega, colhe. No instinto do <i>religare</i>, entre outras práticas, se encontram o <i>culto das imagens</i> e a <i>sacralização do ritual</i>, arcanos maiores
do fazer cinematográfico. Cinema, Religião e Família é um dos triângulos que
regem a geometria cósmica da Eternidade.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
4.</div>
<div class="MsoNormal">
Só existirá um jeito do agora de revolucionar. E não será
matando a família (de novo) e indo ao (novo) cinema, mas matando o matou o
cinema e foi a família assim como o matou o cinema e foi a família matou o
matou a família e foi ao cinema. É preciso matar sempre, criativamente. Matar é
a extremidade do passo além, da mudança que deve acontecer; e sempre uma volta
ao lar, um retorno ao ser.</div>
<div class="MsoNormal">
É preciso sempre voltar a Família, para matá-la.<br />
<br />
*fragmentos de notas que não entraram na edição final que fiz do texto "Manifesto-me hà Familia", publicado recentemente na Revista Gotaz (<a href="http://gotaz.com.br/">http://gotaz.com.br/</a>)</div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-26155687227236774162012-09-16T20:28:00.000-07:002012-09-16T20:41:57.732-07:00MANIFESTO-ME hÀ FAMILIA<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" LatentStyleCount="156">
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:10.0pt;
font-family:"Times New Roman";
mso-ansi-language:#0400;
mso-fareast-language:#0400;
mso-bidi-language:#0400;}
</style>
<![endif]-->
<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Se é do meu Seio que
bebem, e ao meu Ventre que retornarão, é no meu Corpo que habitam, e é nele
que, levados, rolam, jogam, batem, abrem os caroços de tucumã; engendram minha
imaginação. E se sonho todo o tempo, pois sou vida-prima assim, feita de órgãos
imaginários, é devido aos devaneios e ações destes seres, vários. Se me chamam
Belém, Santa Maria do Grão, cidade das mangueiras, Metrópole da Amazônia, Gaya,
não posso debater, me debater, mas amar, receber, ter. Fazer o quê? Nós,
cidades, com açaí ou sem açaí, somos todas farinha do mesmo saco: a Família. </i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhimBrOEqLzfTbVwESYXNFcB4X0poLAoZgO1l8ufx2fUXptnPnrJGYRd59Luxh7CjxnirBUEn8C4UReWsfzjjQWaw5EIHS1P6Ttyfrj6Ia9tRsU0ge979p_pvsuigy9lG-OGZLMhtissU/s1600/belemfinalizacao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhimBrOEqLzfTbVwESYXNFcB4X0poLAoZgO1l8ufx2fUXptnPnrJGYRd59Luxh7CjxnirBUEn8C4UReWsfzjjQWaw5EIHS1P6Ttyfrj6Ia9tRsU0ge979p_pvsuigy9lG-OGZLMhtissU/s320/belemfinalizacao.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 18.0pt;">MANIFESTO-ME hÀ FAMILIA</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu:</div>
<div class="MsoNormal">
Por que utilizo a linguagem verbal para pensar, também, a
audiovisual? Porque é assim que o espírito em mim se movimenta. E posso ser
infiel a tudo, jamais ao espírito...</div>
<div class="MsoNormal">
E falando em espírito, Espírito, quem fala aqui é uma
voz/corpo id-entidade, Um anônimo membro-participador da Família. </div>
<div class="MsoNormal">
Esse não vem falar nada de novo, vem falar sobre o novo que
ta aí; com palavras de um agora.</div>
<div class="MsoNormal">
Diz:</div>
<div class="MsoNormal">
O Cinema está morto, e foi a Família. Agora existe outra
coisa, que parece retornar em espiral à primeira arte do cinematógrafo, mas que
já é outra coisa. O Cinema, mesmo morto, ainda sobrevive, os zumbis sempre
existirão; vagam e são belos, e ainda deixam rastros...<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas já há outra coisa, que existe também no
agora, outra coisa que não é o Cinema, mas que não se nomeia de outra forma que
não Cinema. É/ou Audiovisual. </div>
<div class="MsoNormal">
De fato:</div>
<div class="MsoNormal">
O que aconteceu é que a Família tomou as rédeas da
cerimônia... não é mais a passível receptora das imagens dos iluminados, não se
inclina mais às vozes dos sacerdotes, não se espanta mais com o truque dos
prestidigitadores, não se encanta mais com o delírio dos profetas... a Família
profanou o culto, trans-auratizou a Entidade... a liturgia sacra metamorfoseou-se
em festa popular... e é nesse momento que o índex parece receber sua vingança;
os Livros, as Regras, as Estéticas, toda essa Tradição Maravilhosa que, não
obstante, sufoca o Novo, está sendo queimada na fogueira de São João, espancada
pelo porrete de Exu.</div>
<div class="MsoNormal">
A voz murmura, à vós?:</div>
<div class="MsoNormal">
Aqui é o distante do Brasil, não tem contexto econômico
apropriado, não tem técnica ou maquinário avançado, não tem sobras de
expediente temporal adequados para fazer o tal Cinema... Ótimo! Matemos o
Cinema, o tal... Não fui eu, nem tu, foi a Família! Há Tao!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
Foi a Família que empunhou câmeras para filmar seu diário de
impressões sobre a realidade, foi a Família que resolveu comunicar sentimentos
a outrem na forma audiovisual, foi a Família que resolveu fazer denúncias do que
considerava injusto a partir do rifle de captura do presente, foi a Família que
despudoradamente registrou os seus momentos mais íntimos, mais perversos, mais
sacanas, foi a Família que quebrou os tabus, a indústria, a elite, foi a
Família que ousou conectar todo o mundo numa rede invisível para compartilhar
universos.</div>
<div class="MsoNormal">
A Família é bagunceira, é espontânea, é barroca, é barraco,
é canibal, é bárbara, é aberta, é pagã, é pã. Lincha o bandido sem culpa,
degola a galinha, assassina o parente, invade a propriedade, inventa na
miséria, ocupa a rua, corteja pelo centro, escarnece do imposto, avacalha o
plausível, se embriaga de si. É a insurrecta incoerência lúcida do
revolucionário, a sofisticada intimidade intuitiva do primitivo. Fusão entre o
diletantismo militante e o militantismo diletante, o Cinema feito pela Família
parte da necessidade primeira do prazer interno de religamento com a existência
e o ser. Seguindo os princípios da sevirosofia (sabedoria do “se vira”), a
Família é uma entidade com fins criativos-destrutivos (enfrentativos). Erótica,
ótica, ouvidos abertos, tapada, nós-outros. Somos todos atores do nosso
complexo. Édipo. Transeunte.</div>
<div class="MsoNormal">
A poesia sonha, deus realiza, a máquina eterniza, o homem
fabrica. Na dramaturgia do caos, atos. A Comédia Humana & Imortal,
dissolvente de estereótipos, acredita acima de tudo no acaso. E como o Cinema
não está no campo das artes, mas no campo das linguagens - como a língua
escrita não é só feita de romances, dramaturgias e poesias, mas de ciência,
filosofia, bula, diário - assim, aprendeu a Família esta linguagem, e hoje faz
cartões, bilhetes, pixos, garranchos, manifestos, respostas, postais. A Família
ta cheia de cinegraphistas, esses photógraphos dos vinte e tantos frames por
segundo, vulgarmente não-conhecidos como os embusteiros do tempo.</div>
<div class="MsoNormal">
A Vida é uma ilusão, o Sonho é uma ilusão, o Cinema é uma Ilusão.
Só a Respiração é Real: o movimento de sucção do Mundo para dentro de um Ente
(inspiração), a pausa, e o movimento de expiração (quando o Ente devolve ao
Mundo o que o Ser formatou no intervalo). Não é um movimento MEU, nem TEU, é um
movimento da VIDA, que participamos ademais, às vezes. A Criação é algo
extremamente individual & extremamente coletivo: é o símbolo da alteridade.
O que chamam de “estilo” é figura retórica para expressar o que é da categoria
do acidente (o ego em corpo que se configura enquanto identidade). A substância
que NÓS somos é a Família, eu/tu/ele é um acidente dessa essência. Um no Zero.
0</div>
<div class="MsoNormal">
A Voz diz, à vós diz:</div>
<div class="MsoNormal">
Não é tão-somente acerca de Arte o que está acontecendo, mas
de um novo Realismo, a partir da realidade e das ferramentas. Tecnologia nova,
linguagem antiga (se reformulando: estética não estática, antes em busca do
extático, é a ética de auto-descoberta-do-outro).</div>
<div class="MsoNormal">
Porque a Família à Família grita:</div>
<div class="MsoNormal">
A-vida-deve-ser-um-dado-lúdico. Não deve haver diferença, na
tela, entre o real e o imaginário; assim como não deve haver diferença, para a
mente, entre a reflexão em conceitos e a ação em formas: todos devem caminhar
para as essências. Entre-mentes: é o convite de entrar; viver, de novo e
sempre, o que é o primeiro de tudo: a mentira – só esse atravessamento é
verdadeiro. “Fazer arte” é se exprimir com a responsabilidade da liberdade
sendo linguagem. É naturalmente um movimento ético e simbólico (estético), da
alçada do delírio & do artifício. É onde, finalmente atravessado no/pelo
mundo, o ente está pleno em sua solidão, e de fato é o Um integrado. A Família
é o Zero. 0000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000.
Somos Um no Zero.</div>
<div class="MsoNormal">
A Família não tem infinitos olhos, mas infinitos olhares.</div>
<div class="MsoNormal">
Do meu olhar (é só minha forma de apontar a vida... flecha)
do agora, saiu ></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
< E de enfim, e depois de tudo isso? </div>
<div class="MsoNormal">
Zero. Um. Vaga.</div>
<div class="MsoNormal">
Neste mar de potência, por que rio remarás, cabano, caboclo,
urbano, humano? Quem és, a que fostes destinado?, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">pergunta a cidade.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
*ilustração de Leandro Bender</div>
<div class="MsoNormal">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">*publicado na revista Gotaz (http://issuu.com/gotaz/docs/revista_gotaz_final_web/5) </i> </div>
Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-10813923560702073912012-07-06T10:21:00.001-07:002012-07-06T10:28:16.239-07:00Só mente imagens (É ternamente Rollin)<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-size: x-small;">Texto para a sessão do MATADOURO, de “La nuit des traquées” de Jean Rollin</span></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">“O natural é tão falso como o falso. Somente o arquifalso é realmente real” (Rogério Sganzerla sobre José Mojica Marins)</span></div>
<br />
<br />
Quem disse que a sensação ao ver um filme deve ser eternamente essa análoga à de acompanhar uma história como seguimos um romance em sua leitura e vê-la como sentimos o teatro em sua ação? Quem disse que a sensação não pode ser aquela análoga à da contemplação de uma fotografia de Duane Michals, ou à emoção de ouvir uma interpretação de Wes Montgomery, ou ainda o prazer de compreender um conceito desenvolvido por Immanuel Kant?<br />
E por que tantas analogias com processos contemplativos de outras artes e saberes para falar de cinema? É por que parece ser o principal problema dos olhos presos: o condicionamento a uma forma engessada de contemplação. Isso é fruto de uma imposição de uma “monocultura Cinema Clássico”, do “latifúndio Hollywood”, ou de uma particular “preguiça ao novo”, de uma natural “repulsa ao marginal”? A culpa é de quem? O que importa é que os filmes de Rollin são litros do melhor colírio para a libertação dos olhos, e, logo, da imaginação.<br />
Inspirado pelas histórias fantásticas de quadrinhos, as séries de cinema de aventuras, os quadros surrealistas e os pesadelos inesquecíveis de sua tenra infância, Jean Rollin legou o exemplo contundente de que a honestidade à invenção que ouvimos de nós mesmos é a maior herança que podemos deixar à humanidade.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirHlkhIEMCoVWi05onFZX6OXxvlKdKPs7s33O4taXd7To1pVPAeRHkPx5uTbgxpOqU7PKfEwNn8GNNvBTx8IH00qBhUp7Ss3YEnNOEanD7G0EfA8E5WtEPJnN0Mtxi1EGbWedKNggM9nU/s1600/jean+rollin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirHlkhIEMCoVWi05onFZX6OXxvlKdKPs7s33O4taXd7To1pVPAeRHkPx5uTbgxpOqU7PKfEwNn8GNNvBTx8IH00qBhUp7Ss3YEnNOEanD7G0EfA8E5WtEPJnN0Mtxi1EGbWedKNggM9nU/s320/jean+rollin.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Da gang dos cineastas “exploitation” - gênero de filmes de baixo orçamento que tem como principal característica o uso de apelativos comerciais como a violência gráfica e o erotismo exacerbado - saíram grandes cineastas, dos anos 70 até hoje, cineastas que atravessaram tais concessões para ressignificá-las esteticamente, atingindo o belo através da catarse da paixão corporal e da explosão dos sentimentos. Rollin, considerado “cineasta classe Z”, segue um caminho ainda mais tortuoso. Em seus filmes, cenas de violência ou de sexo existem aos montes, mas são cine-encenadas não com o interesse de deleitar, através da transparência do aparato, o espectador ávido para atiçar suas pulsões escópicas pervertidas; ele propõe a opacidade, o distanciamento, o olhar contemplativo para a condição de um ser e de um cinema. Pobre, Rollin não escamoteia os poucos recursos de sua produção, antes escancara... revela assim não o “tosco”, o “mal feito”, mas o “artificial”, o “verdadeiro”... nas cenas de sexo tudo é falso, escancaradamente falso, não lhe interessa que o espectador se envolva com o sexo sensualmente, mas enquanto imagem em construção; propõe um olho que lê, que tem consciência que sonha. Seus atores são amadores ou vem das fitas pornôs que realizava com pseudônimos para poder fazer seus filmes mais autorais. São, na verdade, antes de atores, modelos, e antes de modelos, corpos, e antes de corpos, imagens. Briggite Lahaie, sua vampira mais famosa, era vista por ele como uma “estátua viva”, ou uma “pintura viva”, não tanto uma atriz.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQRInHINEiAX7HrGrY5YDs312uFk1Ux3b249FfOGmF_mWpYr6lcidXigMcNVhs50b6uithum4s_MAbbsz3KmnmyaXjXSE_VI9N6squ0zN7R1Gzb71LpbzHxnSKqU9Ki7a1j-gKUK1QREg/s1600/brigitte-lahaie-in-fascination.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQRInHINEiAX7HrGrY5YDs312uFk1Ux3b249FfOGmF_mWpYr6lcidXigMcNVhs50b6uithum4s_MAbbsz3KmnmyaXjXSE_VI9N6squ0zN7R1Gzb71LpbzHxnSKqU9Ki7a1j-gKUK1QREg/s320/brigitte-lahaie-in-fascination.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Rollin transgrediu tudo, mesmo convivendo no meio mais transgressor. No gênero horror transgrediu sua mitologia, criando posturas e relações inusitadas de personas como o vampiro e o morto-vivo; transgrediu também o tom, renegando os efeitos atmosféricos fáceis para causar medo ou repulsa, perseguindo acima de todos os tons o do feérico mistério – a essência da beleza do sonho; transgrediu também a representação naturalista ou clássica dos filmes deste viés, e abandonou qualquer explicação de traço psicológico para seus personagens ou condições de verossimilhança para seus enredos. Reinventou tudo isso, e ao invés de contar estórias mais filosofou acerca do sublime e da morte, assim também ao invés de pintar quadros figurativos mais coreografou música entre aparições de olhos e gestos de corpos.<br />
Alguns cineastas atingem o cinema, outros partem dele. Jean Rollin, cinepoeta surrealista de primeiro time, AMADOR no sentido buñuelístico da palavra, faz parte dos que partem da essência. Se seu cinema é pouco reconhecido pela maioria do público e da crítica é porque este artista amou demais as imagens. Amou além de todos os vícios que o cinema engendrou enquanto cultura.<br />
<br />
La nuit des traquées (As fugitivas). 1980<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPqtUPUyKrhUKBDLqRj2F5d8KOK6bWS1HU2sWbm50BXl1DjC8gwGyACwyYeyjLiWEuoOiK6KMKRUpPJzq2vmXqbqj3aI27yFM8Nn9VPDdSvb4CLn31SSWnwcwfHhFgsKjWpW18qw2Fl7U/s1600/NUIT_T~1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPqtUPUyKrhUKBDLqRj2F5d8KOK6bWS1HU2sWbm50BXl1DjC8gwGyACwyYeyjLiWEuoOiK6KMKRUpPJzq2vmXqbqj3aI27yFM8Nn9VPDdSvb4CLn31SSWnwcwfHhFgsKjWpW18qw2Fl7U/s320/NUIT_T~1.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
“O misterioso vírus que acomete os personagens de La Nuit des traquées (1980), extraindo-lhes a memória, é outro exemplo de desconstrução do gênero por Rollin. Filmado numa Paris entre a madrugada e o amanhecer, num imponente edifício comercial vazio, o thriller de perseguição que o título ("A Noite das Perseguições") sugere converte-se num poema visual entre o grotesco e o sublime, no qual as buscas dos protagonistas são “apagadas” constantemente, rompendo com o desenvolvimento narrativo convencional.” : Assim, o crítico paraense Adolfo Gomes - quem me apresentou o cinema de Jean Rollin -, descreve o filme. Adolfo considera o cineasta francês o “Brecht dos vampiros”.<br />
“Era noite. Veronique estava nua. Ela me larga. Eu estou perdida na noite. Totalmente só. E depois, a luz como um trem. Enfim, é tudo.” Assim, tateando a mente, Elizabeth (Briggite Lahaie) persegue imagens.<br />
No entanto, tudo só existe no instante. O resto é vago, é dubitável, é memória. Só o presente é real, só a duração é.<br />
A fotografia capta um fragmento da realidade exterior, o cinema capta a duração de um momento (o presente em fluxo). E a obra, enquanto feérie, é a mentira enquanto realidade (ou a verdade da invenção); o cenário é “La Defense”, o principal prédio do maior centro financeiro de Paris. Ele se transforma na “Torre Negra”, onde zumbis transitam entre corredores. Paris se transforma num amontoado de torres. Da torre onde habitam esses seres se vê apenas o Arco do Triunfo como esperança.<br />
Toda grande ficção científica é a metáfora clara extremamente enigmática da realidade que cerca a existência do autor. Fornos crematórios, trens-fantasmas, a angústia profunda da noite, a sensação de desorientação e da perseguição de forças burocráticas, os olhos vazios, os homem ocos, a higienização dos diferentes, a reação nuclear - toda relação que se possa fazer com a vida moderna não é mera coincidência.<br />
Jean Rollin foi, no cinema, um dos mais originais arautos do insólito, do encantamento, do fantástico, do horror, do sonho/pesadelo. Foi também um dos mais honestos estetas, um apaixonado pela beleza das puras imagens. Filho do onírico, criado pelo bizarro, perseguiu o sublime. Não foi aceito pela cultura. Seguiu, rumo à arte. Como Robert, deixou-se conduzir pela musica dos violinos que só a trapaça das musas-vampiras pode escutar. “Se se portar bem, encontrará sua amada”, diz ela. Robert dança, Rollin dança.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ_V9UsU_gqRP9YvAHn5iMdYSrUB9_OHl1kB0G4sv0Nj-amyYpEDntWj7EHSszGtGA7Sywm2A8YbwhbME2a6yGdUb2ufg682cC9jKGYu_CXe3PFZdbmPBSwIUa00xkdxThd6sGUIuI5Us/s1600/la_nuit_des_traquees_01_stor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ_V9UsU_gqRP9YvAHn5iMdYSrUB9_OHl1kB0G4sv0Nj-amyYpEDntWj7EHSszGtGA7Sywm2A8YbwhbME2a6yGdUb2ufg682cC9jKGYu_CXe3PFZdbmPBSwIUa00xkdxThd6sGUIuI5Us/s320/la_nuit_des_traquees_01_stor.jpg" width="320" /></a></div>
E quando perdemos o senso do gesto, do equilíbrio, da imagem justa, quando o que nos ofereceram enquanto Beleza não encaixa à essência que escorre pela nossa imaginação? Aí é preciso reconstruir, instituir – nem para si, por soluções. É quando fechamos os olhos, olhamos a memória vazia, e inventamos imagens para poder ser enquanto linguagem. Imagens de um passado, um futuro? Apenas imagens. Somos vivos enquanto somos tomados pelas imagens, e quando apenas tomados pelas imagens – como quando vivenciamos a experiência cinematográfica - morto-vivos. Somos morte em vida, assistindo; acompanhando a morte como vida, na tela. A única coisa que existe é o instante presente. O imediato.<br />
A última cena só pode ser comparada em beleza no cinema de horror na cena final de The Beyond de Lucio Fulci.<br />
Ela caminha no trilho do trem, talvez atrás da primeira imagem que teve acesso durante o filme, quando Robert, com seus dois faróis, surgiu para resgatá-la da fria noite que é o passado (aquilo que não existe). Do trilho caminha para um grande portão de ferro, o abre, e começa a travessia da ponte. Ela não é mais humana, animal ou planta, se arrasta sem cérebro, alguma força a arrasta por aquele caminho, alguma força gera a imagem. Robert atravessa o portão, leva um tiro na nuca, e agora peregrina o caminho do além. No mesmo estado podem caminhar, sem precisar se lembrar do nome um do outro, nem outras convenções. Não há mais máscaras, identidades, angústias, doenças ou prazeres, apenas a eternidade, enlaçada pelas mãos.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixA2Gdf2XiyhqDxSRil8w4sT6BvDmjsi9TCfl2WmNveUmTOsL2gyE1kBjAY4vD7pCSi_f8r6DZ4fDFxQUaDhBcY1v7QyXkyyPT0Zu696neipPmgiVl2Y3LeR_mFhHbZIZKj3OzCx1R1m4/s1600/Capture-5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixA2Gdf2XiyhqDxSRil8w4sT6BvDmjsi9TCfl2WmNveUmTOsL2gyE1kBjAY4vD7pCSi_f8r6DZ4fDFxQUaDhBcY1v7QyXkyyPT0Zu696neipPmgiVl2Y3LeR_mFhHbZIZKj3OzCx1R1m4/s320/Capture-5.jpg" width="320" /></a></div>
Mateus Moura (APJCC – 2012)</div>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-62029415221865050872012-05-04T19:24:00.001-07:002012-05-04T19:47:19.294-07:00Elegia?<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5783DuDBmDnYkKbhB7UsYNijpkmf2CIF-4dXBtDGHeBesULMA1kLjuwMM2ExWsPvGIwB28u4X-bt14BROUFWeVJnTFxiKimyiwyq1sJmmct_l6z_QpeXyQIeAIQ1TM3qb2zrOamQDzHc/s1600/cartaz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5783DuDBmDnYkKbhB7UsYNijpkmf2CIF-4dXBtDGHeBesULMA1kLjuwMM2ExWsPvGIwB28u4X-bt14BROUFWeVJnTFxiKimyiwyq1sJmmct_l6z_QpeXyQIeAIQ1TM3qb2zrOamQDzHc/s320/cartaz.jpg" width="225" /></a></div>
<div>
À objetividade.</div>
-Ontem tinham 5, hoje 4, será que ninguém se interessa mesmo por 'cinema paraense' - nem quem faz, ou participa do ciclo de alguma forma?<br />
-Faltei o primeiro dia porque estava trabalhando, afinal a programação começa às 17h... será que é por isso que o público não está frequentando?<br />
<div>
-O Cine Líbero Luxardo está alugando o seu espaço para uma Mostra que divulgue o cinema paraense ao invés de apoiar (ao menos com isenção de pauta)?</div>
<div>
-Quem será que vai aparecer amanhã?<br />
Foram essas perguntas simplórias que caminharam pela minha mente até aqui. E também as imagens, de uma Belém de outrora com discursos de outrora, de ficções descobertas em estilos próprios, de modelos que não expressam a complexidade da região (visível e invisível), de espaços de experimentação abertos por ousadias e idiossincrasias, de id-entidade conterrânea complexa e multifacetada, etc.<br />À subjetividade, alimentar-se do que frutificou a terra em que se pisa, ajuda na percepção do todo (e logo de si), do passado (e logo do futuro). <br />Agradeço o presente. </div>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-48582551322766130792012-04-22T10:12:00.000-07:002012-04-22T10:31:20.005-07:00pequeno ensaio Pro Ensaio Geral<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEJs1O0V0ytcRc-NFE1OISBbUoFY_z1N9l9N1x2MEJIGHWcaCj25vZDFTw7QY_QoAbpwczQbhp9ixA-RB0v0PMfxTIoLrxcjSuBamaI7zrfIsBCCcU8fX92SiRSKKeJWTi_z40QWFjVw4/s1600/cartaz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEJs1O0V0ytcRc-NFE1OISBbUoFY_z1N9l9N1x2MEJIGHWcaCj25vZDFTw7QY_QoAbpwczQbhp9ixA-RB0v0PMfxTIoLrxcjSuBamaI7zrfIsBCCcU8fX92SiRSKKeJWTi_z40QWFjVw4/s320/cartaz.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Qual melhor metáfora para exprimir o non-sense da Vida senão
uma eterna preparação para o grande espetáculo: a Morte? </div>
<div class="MsoNormal">
Qual melhor metáfora para expressar a essência do Teatro
senão a de um espetáculo que inicia antes do ensaio geral (que já é um ensaio
geral, e que sempre será um ensaio geral, porque teatro não se finaliza jamais,
ele só começa e termina no é)? </div>
<div class="MsoNormal">
Pro ensaio geral ensaiamos sempre, é a metáfora perfeita da
luta do improviso contra o destino, da busca da imortalidade na arte contra o
tempo que carrega nossos corpos. </div>
<div class="MsoNormal">
Não existe coisa mais séria do que um conto de fadas. Este,
grotesco maravilhoso, sublime encantador, revelador alegórico, não propriamente
‘fala’ sobre o ‘Rito de Passagem’, antes 'mostra' – ouve-se nos intervalos
silenciosos. Ação e Contemplação. Estamos, enquanto público e espécie humana, durante quase 1 hora,
envolvidos pelo manto da Morte – nosso maior véu. Fera e atmosfera.</div>
<div class="MsoNormal">
O ritual proposto é uma última dança: de olhares, de gestos,
de lembranças, de humores, de maus resolvidos assuntos, de inerentes afetos, de
conflito/harmonia/movimento entre a Mãe e o Monstro, ou entre a Prole e o
Dragão. É um show da dupla Mauricio-Sandra (que também assinam a dramaturgia).</div>
<div class="MsoNormal">
Pro ‘teatro de fanzine’! – termo que ouvi da própria Sandra
Perlin. A exuberância reciclada e a força expressiva do figurino e da
cenografia de Mauricio Franco e da iluminação de Malu Rabelo é um bálsamo para
o olhar, uma lição para os ouvidos. A direção é de Vandiléia Foro: corpo,
ritmo, mise-en-scène, num cubículo intimista, numa ladeira frenética, rumo ao fim.</div>
<div class="MsoNormal">
Durval, esse misterioso personagem que ilumina as emoções,
desliga as luzes, e já podemos aplaudir de pé.</div>
<div class="MsoNormal">
A peça acaba num sábado qualquer e vamos sentar na frente de
nossas casas, papear sobre arte e vida, e morte. Inspirados por esse balde de
suor e lágrimas traduzido em comédia humana, respiramos gratos por tanta
verdade e encantamento. Se esses não são momentos históricos não sei o que pode
ser.</div>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-56101576867703616092012-04-18T17:23:00.004-07:002012-06-12T11:10:30.246-07:00Texto para Filme Demência, na estréia do MATADOURO<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Um cinema para ser inspirado</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;"> </span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: right;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;">“A utopia, seja ela o que tantos viram ou não no experimental brasileiro, simplesmente transfigurada em atopia, deslocamento da retina, de uma ótica cultural que imperou antes dele. Coube a Carlão deslocar (atopisar) o experimental de seu terreno minado para a áre</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;">a de todos: não mais cinema de minoria, mas de </span><i style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;">memória da minoria como brinde à maioria</i><span style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;">. Maioridade de um tipo de cinema brasileiro? Superação dos borrões, inauguração de uma nova </span><i style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;">écriture</i><span style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;"> que a massa come e que inquieta os cinéfilos? Quem está vivendo está vendo: a solução do enigma sempre esteve no enigma – </span><i style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;">vi-vendo</i><span style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;">.” (Ja</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;">iro Ferreira –</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 8pt;"> Cinema da Invenção)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Carlos Reichenbach é um homem culto. No sentido mais culto do cu</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">lto referido à figura humana - aquele que cultiva. Homem nascido após Oswald de Andrade, o cineasta gaúcho é o antropófago moderno por excelência - deglutiu o todo, sem preconceitos geográficos, morais ou estéticos. Carlão é um verdadeiro glutão. Quimera de mil olhos, reteve (quase) tudo: de Godard à Nouvelle Vague Japonesa, de Cinema Novo à Chanchada, de séries televisivas à óperas, de Platão à Jorge de Lima, de Proud</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">hon ao Naziexploitaion... construiu o único olhar que pode valer algo: o </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">seu. E é na emoção de acompanhar as escolhas que gozamos do sentimento próprio da </span><i style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">liberdade em ação</i><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;"> ao assistir um filme do Carlão. É um dos cineastas mais inspiradores dos que sonham fazer cinema porque sentimos na eleição de cada idei</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">a audiovisual o “homem instituinte” – aquele que produz o efeito por uma “causa interior”, pelo puro “prazer interno”, jamais para agradar ao instituí</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">do (aristocrático ou comercial). Não obstante, não nega nenhuma instituição, antes joga com elas; o cinema, para ele mais que para Glauber, são todos os caminhos (de produção, de estética – os princípios éticos, in</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">escapavelmente pessoais, resguardados). Vivenciou na pele todas as dificuldades de fazer cinema no nosso país, e sempre deu um jeitinho brasileiro; afirmar esteticamente sua condição e enfrentar em signo de invenção os problemas como qu</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">estões foi o maior deles. Não confundindo a questão ética com a patética, vanguardeou, contrabandeou, sobreviveu, expressou-se (sob quaisquer contextos). Hoje, junto com Julio Bressane, Andrea Tonacci e Eduardo Coutinho forma a nata do </span><i style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">cinema de invenção</i><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;"> brasileiro.</span></div>
<div>
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5732902141216741538" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIF0J49YaCoDr9vXJoA2NNjuN-R5eEQEBws3D3j3B4_v07vCJPXnrKlM0zk83eC0i5xMLYNwv-HFG848tuschumc4QoUftidH1N1MI74M2-bgHSVe9UaJSr1KUvwPz7vYV79qs9OOLEOw/s320/filme-demencia03.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 214px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></div>
<div>
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Seu cinema não aspira tão-somente à arte de justapor imagens, movimentar encenaçõe</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">s sob a lente, fazer grandes travellings, enquadrar grandes cenas, aspira também à História (através da colocação do Mito em ficções sombreadas por acontecimentos políticos), às Artes Visuais (com suas paisagens e cenários, reveladores externos dos dramas de seus personagens, sem esquecer das luzes e cores, sempre pontuações pictóricas impressionistas que nos abraçam nos sentimentos “atmosfeéricos”), à Música (nunca gratuita, sempre utilizada apenas como imprescindível, e muitas vezes eng</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">endrando a própria </span><i style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">forma essencial</i><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;"> de alguns de seus filmes), à Poesia (transitando livremente do </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">diálogo típico para os típicos vôos líricos de seus personagens, buscando sempre a “palavra falada justa”, sem concessões à preocupações medíocres de “verossimilhança naturalista”) e à Filosofia (referenciando, parafraseando, sublinhando, sobrepondo metafísicas, morais, estéticas de grandes mestres e cafajestes). Carlão, pintando todo o seu grande mural com cores advindas de tintas tipicamente brasileiras, colhidas da vida que observou/vivenciou de perto/profundo, aspirou o cinema como panacéia da síntese, e a síntese como o álibi para a busca da pureza. Chegar na alma através dos “personagens familiares”, na política através dos “argumentos situantes”, na cultura através das “referências decantadas”, na arte </span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">através da “câmera~montagem & síntese-outras artes”.</span></div>
<div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5732902145681585154" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLWxgrHlJKdr-pdwNHaMODqx2G6WHqvRhSAqy_vCIINjYZHOY_jQEj66SyGHYkktBSkrAxItYdqYmpDBdr_-mZydCM4CRWpb5Xzlo0KHShKXUaC8urnhqEASuGM1WigbPIhHOhMHB7k-c/s320/FilmeDemencia.jpg" style="cursor: pointer; display: block; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; height: 227px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></span></div>
<div style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Filme demência, anagrama para “filme de cinema”, é, segundo o próprio Reichenbach, o seu empreendimento mais autobiográfico. Exorciza nessa obra, sem disfarce, pormenores de angústias pessoais, com seu pai e o seu país. Não obstante, o mais interessante, é que realment</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">e, Filme Demência cristaliza a ideia de obra biográfica por excelência do homem Carlos Reichenbach justamente por ser este um “filme de cinema”. Acima de filho e cidadão, vejo que o Carlão é mesmo um “bicho do cinema”, filho dele, cidadão dele. Sua mente, sua demência, todo o seu ser é organicamente ligado, umbilicalmente, a esta força; faz parte de sua essência enquanto homem: o cinema foi inventado pelo homem, Carlos Reichenbach é um homem, logo Carlos Reichenbach foi inventar cinema. Sua auto-biografia, seu testamento, sua imagem, não poderia ser outra que não um “filme de cinema”, um Filme Demência.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Há diversos filmes por aí, poucos de cinema. Há diversos filmes com grandes atuações</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">, fotografias belíssimas, produções milionárias, temas filosóficos contemporâneos pertinentes, poucos de cinema. Assim como existem vários “filmeclubes” por aí: clubes onde pessoas se reúnem para discutir filmes. “Cineclubes” existem muito poucos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Mas onde mora o cinema então, materializado, se não no Filme? Realmente, lá ele pode morar, e é onde mais o encontramos (apesar de existir al</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">hures); assim é com a Literatura no Livro ou a Pintura no Quadro. Mas o Cinema de fato não é tão material assim, ele parte de um impulso, o impulso do homem com a linguagem; e a linguagem do cinema, muitas vezes se esquece, é a da imagem/som; é do <i>impulso audiovisual</i> que a essência dá a luz a potência de matéria, o futuro-filme; quanto à forma, há no cinema uma sintaxe, uma gramática e um vazio chamado possibilidade. Carlos Reichenbach almeja em seus atos-filmes ser o maestro, que conjuga</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;"> todos os elementos visíveis e invisíveis, com o interesse não tanto de mostrar cada instrumento de sua orquestra (fotografia, cenários, músicas, atores, ideias, imagens), mas, com esse arsenal venusiano, adentrar a música silenciosa, a estrela interna, que entre os planos, entre as harmonias som/imagem, entre a ocupação do espaço de um quadro-movimento e entre as pulsões de um mundo capturado para a ficção de um olhar, brilha como esse algo tão misterioso de nome Cinema, que faz o homem errar na esperança de encontrar no fim uma resposta (a estrada).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Filme Demência encontra a proposta de uma viagem, o próprio reflexo que é livre: a imagem da filha (a inocência que foi perdida em si, renascida no que fecundou). E eis o que é criar, e eis o sonho que é ver o sonho de ver como somos vistos por nós quando adentramos o sonho que é se admira</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">r criando o sonho que é o cinema. Labirinto de várias formas oferecendo viagens, Mefisto Fausto Criança Inferno Espelho Estrada Tempo Destino Vontade somos nós</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Filme Demência, o filme mais complicado de ser produzido por Reichenbach, o de maior desespero existencial, o de menor público, é de fato um objeto não-identificado. Inspirado pel</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">o surrealismo mais lúcido, pela pesquisa mais embriagada, pela auto-psicanálise mais hermética, pela vulgaridade mais desnudadora, pela ciência mais oculta, pela viagem mais sem volta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">“Esse filme foi concluído graças à sua necessidade intrínseca de existir”, disse o Carlão. E cada sessão de Filme Demência segue à necessidade intrínseca dele exibir-se. Para utopia caminhamos, n</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">a alçada do cosmo, nosso motor é a necessidade. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">MATADOURO propõe o renascimento, contínuo, errante, amante, in-consequente. São estes gases, subterrâneos, mefistofélicos, que desejamos inspirar; depois do véu, até o âmago, pro fundo. Escalemos o mergulho.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;"></span></div>
<div style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5732903776796716914" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaApRgascVNfEpcQG4XxzIb4iKfRNPcGrTpolPbpsJG5CdAXYTltMVaDE8UU9V907r44C0t0Us4w9j32H0mBOv9s1yTl8q16K9H0PQr70KNGqPYTtC_ihu-xwWE_tHlRnRZeBU1TUxP5Q/s320/02.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 238px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11pt;">Mateos.</span></div>
</div>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-2707276292629039862012-04-07T10:33:00.006-07:002012-04-07T10:43:59.139-07:00Rascunhos de uma pedagogia a partir do cinema (I)<div style="font-style: normal; text-align: center; "><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGcApTj03EH5lNdxcPWFi_XTUxdM-lVBMidujmD6ORcZ8H3Ldz7_-Kb8TAXrRM5s8w02K6hzC-5Pv8aRlpm2b6lPk6gykXalDilGwIC-03gDV3K0asQDZdfjLcEL6YgnZAKgW73Tz6eeo/s1600/balthazar2.preview.jpg" style="font-family: verdana; font-size: small; text-align: left; "><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpixuJ-wpL2pM7m8Bfp7LXOnqCdW4kGLDAL3csM5JmxuoiRFAC7KhlMtKhA45tBB7QoCDqTyG30d0Ekjyd_dmyC7lfnsKcS2O4e3ymvopFZXnLaLZmpV1WEIWpJp2sUpvcCmKu4e-Evag/s320/north-by-northwest.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5728714893720220898" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 179px; " /></a></div><p class="MsoNormal" style="font-variant: normal; line-height: normal; "><span>Exercício 1: ver <i style="font-style: normal; font-weight: normal; ">A grande testemunha </i>de <b style="font-style: normal; ">Robert Bresson</b>. Virgem, acompanhar todo o seu fluir. Depois ler bastante acerca, tanto descrições do seu enredo, quanto críticas mais profundas. Quando tiver certeza que o filme já foi todo <i style="font-style: normal; ">lido</i> pelo seu intelecto, voltar ao filme, revê-lo (aqui você já sabe tudo o que vai acontecer, não haverá mais preocupações em tentar adivinhar o que sucederá), você já pode <i style="font-style: normal; ">ver</i> o filme de <i style="font-style: normal; ">novo</i>, não precisará <i style="font-style: normal; ">tentar enxergá-lo</i><span style="font-style: normal; ">. Aqui </span>não precisa mais <i style="font-style: normal; ">ler</i>, pode <i style="font-style: normal; ">contemplar</i>. Trocar a <i style="font-style: normal; ">pré-ocupação</i> pela <i style="font-style: normal; ">ocupação</i>. Agora, o próximo passo é <i>ouvi-lo</i>. Deixar o filme rodar, escutá-lo apenas, de olhos fechados - adentrar seu <i>mundo sonoro</i>. Depois o mesmo apenas às imagens. E por último, revê-lo, som-imagem (quantas vezes quiser – sempre será diferente, e mais profundo).</span></p><p class="MsoNormal" style="font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal; "><span>Exercício 2: aplicar a mesma metodologia à <i>Intriga Internacional</i> de <b>Alfred Hitchcock</b>.</span></p><div style="font-style: normal; text-align: center; "><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGcApTj03EH5lNdxcPWFi_XTUxdM-lVBMidujmD6ORcZ8H3Ldz7_-Kb8TAXrRM5s8w02K6hzC-5Pv8aRlpm2b6lPk6gykXalDilGwIC-03gDV3K0asQDZdfjLcEL6YgnZAKgW73Tz6eeo/s320/balthazar2.preview.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5728714892101479298" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; cursor: pointer; width: 320px; height: 186px; " /></div><div style="font-style: normal; text-align: center; "><span><br /></span></div><div style="font-style: normal; text-align: left; "><span>Mateos.</span></div>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-53589563045136172152012-04-07T10:23:00.004-07:002012-04-07T10:51:07.576-07:00Assim é: como o título<p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >Só mudando o sentido das palavras poderemos entender o real sentido da existência delas. O mesmo a qualquer linguagem que engendramos no contato com as coisas.</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >Nós (nós) nem precisamos realmente mudar o sentido (com o nosso Poder), apenas Quedar diante das coisas, esperar observar o movimento: as diversas formas que elas tomarão.<br />Que inenarrável beleza é demorar ante uma imagem: examinar o Tempo.</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >Sozinhos ademais plenos na noite estrelada teremos sempiternamente ela: a linguagem, como companhia e companheira. </span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >talvez seja um vício talvez virtude</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >Sei apenas, que nessa relação Um existe dentro do Outro;</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >há, naturalmente, uma inter-dependência. é o Cosmo (palavra & sentido)</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span ><span>Eu a escuto<br />Ela me escuta<br />e quando,<br /></span><span>Uníssonos,<br /></span><span>cantamos no silêncio,<br /></span><span>somos virgem, gêmeos.</span><span> </span></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span ><span>Ela diz quando me escuta:<br /></span><span>-Não digo nada de novo. Com a experiência percebi que coisas valiosas da humanidade não eram generosamente ouvidas por causa das pedras do </span><i>pré-conceito</i><span> e da </span><i>distração</i><span>. Com o que aprendi quis convencer, humildignamente, através da beleza cintilantemente ilusória do barril de embriaguez lúcida chamada linguagem, o que todo mundo sabe dentro e o esquecimento velou.</span><span> </span></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span ><span>E eu, quando a escuto, discuto:<br /></span><span>-Ter um posicionamento crítico verdadeiro não é defender um ponto de vista, mas convidar, humildignamente, o outro a habitar as veredas da materna pensamenta.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span ><span>Depois transamos, às vezes gozamos ao mesmo tempo às vezes não, mas sempre nos satisfazemos. E depois dormimos. Eu sonho com ela, ela move meu sonho, e nos esquecemos no son(h)o de um agora outro (outrora).</span><span> </span></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >E aí o dia amanhece, e tenho que sair da caverna do ninho nosso amor, porque preciso caçar, ganhar, pagar. Ela fica triste,</span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >Assim é: fa minto</span></p><p class="MsoNormal"><span ><i>como uma melodia</i></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; "><span >Mateos</span></p>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-60626679545985932922012-03-04T16:15:00.003-08:002012-03-04T16:24:08.431-08:00Meu herói favorito é Jesus Cristo<div style="text-align: right;"><span style="font-family: verdana; font-size: small; text-align: left; ">"Pai, por que me abandonastes?" (Bíblia Sagrada - Novo Testamento)</span></div><p class="MsoNormal" align="center" style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; text-align: left; "><span>O conceito de ‘anti-herói’ é uma falácia, não significa nada. Quanto ao ‘herói’, este nunca foi nada senão um problema (de Édipo a Beatrix Kido). Essa idéia de ‘herói’ como modelo jamais existiu – não nos grandes mitos. Quando nascem os </span></span><span style="font-family: verdana; font-size: 100%; text-align: left; ">primeiros heróis? Quem são? Aquiles, Ájax, Odisseu? São eles modelos!? São sofredores dilacerados, multifacetados, invejosos, vaidosos, fortes, belos, guerreiros, assassinos, conduzidos pela Paixão e o Destino, mortais, semi-deuses... como pode um ser que na sua própria gênese é algo entre homem e deus ser algo que não a própria contradição? O herói </span><span style="font-family: verdana; font-size: 100%; text-align: left; ">que não sofre e não vivencia em seu périplo ficcional esta dimensão paradoxal entre o divino e o humano, o eterno e o frágil, o sagrado e o abismo, a iluminação e a dúvida não merece ser chamado como tal.</span></p><p class="MsoNormal" align="center" style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span style="font-family: verdana; font-size: 100%; text-align: left; ">Quando nasce o primeiro ‘anti-herói’? Que diabos significa ser um ‘anti-herói’? Conceitualmente entendemos que é o oposto do herói. Logo, o ‘anti-herói’ só pode ser um modelo (de virtude, bondade, honra, beleza). Ora, pensei que talvez o único ‘anti-herói’ da História da Estória fosse Jesus Cristo. Mas, se assim fosse, que Graça teria?</span></p><div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWVJUIZmWxSFqVtLlxvQEsAdRKjCRfcaKwtTb2fTWDQh6X9kcuPl56459ZLwAcHCOzRBeWYjujtzEIiJF-MGRA9UkbYPTvqlg0uS0LZzVoU4ECa1akSWyIZ0m8V-iRllLGCbakWRL2Mls/s320/tumblr_l7om4fNrmC1qzzh6g.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5716201668957560450" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 212px; " /><p class="MsoNormal" style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; font-size: 100%; "><span style="font-family: verdana; font-size: 100%; "> </span></p> <p class="MsoNormal" style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; font-size: 100%; "><span>Mateos.</span></p></div>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-46714879591683575882012-02-18T14:25:00.008-08:002012-02-28T22:53:19.740-08:00pequenas palavras de Grandes lições<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT_o7kPe-3qYpzuMncBn1pcSahH6I4cHaCUgJC2W-bsaJ75l19pPilssdSzE0mAE-eKwSb4IeGVjA0bYqXfL6vU5YoHeWTmZ40UZyorfr0HFwTrNVr6Yc4-SkPy9llN4trxw4vlLIyJMQ/s1600/mes+petites+amoureuses.jpg" style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT_o7kPe-3qYpzuMncBn1pcSahH6I4cHaCUgJC2W-bsaJ75l19pPilssdSzE0mAE-eKwSb4IeGVjA0bYqXfL6vU5YoHeWTmZ40UZyorfr0HFwTrNVr6Yc4-SkPy9llN4trxw4vlLIyJMQ/s320/mes+petites+amoureuses.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5714444225059465154" /></span></a><div style="text-align: center; "><span><br /></span></div><span>Lembro que a primeira vez que me deparei com esse cartaz achei o mais belo que já tinha visto. Algo nessa imagem me emocionou profundamente - sem eu poder explicar o porquê (como uma melodia). Não conhecia o autor, não conhecia o filme.</span><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span>Ano passado conheci Jean Eustache com "A mamãe e a puta", e cansei de dizer que foi o filme mais belo que assisti em 2011. Há muitos eu emprestei, e muitos não entenderam o porquê de tanta empolgação. </span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span><span>É que Eustache é daqueles revolucionários que sussurram, daqueles vanguardistas que simplesmente filmam como os pio</span><span>neiros.</span></span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span>A grande lição de Eustache para quem tiver ouvidos para ver e olhos para ouvir é que o cinema não é arte. Categoricamente afirmar isso é um tão pouco que quase nada. O cinema é um desses mistérios que o homem descobriu há mais de um século e que deu à humanidade a oportunidade de repensar os sentidos da visão e da audição, os sentimentos da memória e tudo que advém disso, a relação com o limite e a duração, a fantasia e o sonho, a documentação e a história, a realidade e a gravação (linguagem + ontologia).</span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span><span>A grande lição do cinema não se dá de melhor forma que não nessa </span><span>oportunidade de ver se desvelar os pontos de vista que a câmera de Jean Eustache ocupa para cada cena, ou de contemplar o momento precioso que nossas retinas aguardam liturgicamente a bênção de cada fade-out.</span></span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span><br /></span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiaH0CZmLYaq5WP6PxihdzxBMHsmh2DG9GzGpyMXZM7FB6HBrV8Lp5AKhFnHzqxh-gjl9xf6uscKzCiu1qRMQv4ilwBR6j-qtqLk42rfgcSG59v3pfHuh4W-10P6w1u2KZ6wveAsAMGBU/s320/5859226807_f42c5f081d.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5714444222867112658" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 260px; " /></span></div><div><span>“Lembro-me de caminhar em Paris, de Montparnasse ao bairro XVIII, de caminhar a pensar, como numa caminhada que trouxesse o tempo de volta. Quando cheguei a casa, a minha avó falou-me durante muito tempo. Tive a impressão de que me falava de coisas importantes. Quando lhe disse: “Mas, escuta, temos de registrar tudo isso”, ela respondeu: “Mas enfim, são coisas que não são bonitas”. “Isso não me interessa”, respondi, “é preciso registrar as coisas, bonitas ou não, elas são importantes, elas são grandes”. Arranjei algum dinheiro para comprar película a preto e branco 16, aluguei duas câmeras, pedi a Théadière que cuidasse delas e a Jean-Pierre Ruh que fizesse o som. E o tempo do filme, foi o tempo da película, as duas câmeras a funcionar alternadas, de seguida, sem corte. O filme era assim a história da película, do início até ao fim. Ao mesmo tempo, como era cineasta de profissão, era um filme de cineasta profissional e um filme de família, um filme amador em 8mm na praia” (Jean Eustache)</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Mateos.</span></div>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5990881508954849571.post-65148018099434788142012-01-18T21:30:00.000-08:002012-01-18T22:12:51.715-08:00Conduzir<div style="text-align: right;"><span style="font-family: verdana; text-align: left; "><span >“Be a human being, and a real hero” (College)</span></span></div> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><o:p><span > </span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span >Os apocalípticos que durmam ou suicidem-se de uma vez, o Cinema respira a plenos pulmõe</span><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">s.</span></p><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 165px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW-VeYeK0wUIGUZcDJWto9M1Mm6myrKkfgUKsD7daeF57jh1tQCKm9t3Ks1KvpL_js2ZU8XKz_r8ij4Zlg5753ezo_HsUDLH_4cGV4h39Krpae3qHK76pO2CrHRNXJOo95wFp5QRVKrI0/s320/drive.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5699214496490586514" /><div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left; ">E façamos libações aqui apenas à faceta do Cinema Clássico. Do <i>Novo Cinema Clá</i></span><span style="text-align: left; "><i>ssico</i>: </span><span style="text-align: left; font-family: verdana; font-size: small; ">Quentin Tarantino, James Gray, Wes Anderson, Paul Thomas Anderson, Bong Joon Hoo, Greg Mottola... Nicolas Winding Refn, ele também é um <i>cineasta</i>, de gênero (e de estilo). Um dos caras desse universo contemporâneo.</span></div><p class="MsoNormal"><span >Drive.</span></p><p class="MsoNormal"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 129px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnicCsbb5CiEEfpp_7gVWS334N5T2xyFOWgX49xJwV95HTxFhAzUXUnoijEd4JVBQ0RuiFyMz5KRulHemRplOqAbOwfNDaDTOHhjIRvWcuzqRTuwYhS0Iw3E4VT35kQG2YyNxd404IDqM/s320/drive_2.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5699215551384388146" /></p><div><br /></div><div><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">No Tarô de Marselha, o Arcano VII (o Carro), é a segunda lâmina onde surge o ser humano enquanto figura, a primeira é o que o antecede, o Arcano VI (o Enamorado). Do I ao V, </span><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">contando com O Louco (a carta sem número – ou o 0), todos representam em sua</span><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">s figuras arquét</span><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">ipos, seres sobre-humanos. Na sexta carta, pela primeira vez se apresenta um drama: o homem surge, e com ele o conflito, representado pelo signo da decisão, da escolha, a ação do livre-arbítrio que precisa vir a ser a partir do julgamento de um caráter. Nasce o ego, e com ele o humano – no sentido em que mais o conhecemos. E com o homem, o ego e o conflito, nasce o drama.</span></div><p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal"></p><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2lIt8qyWoYffbYG4V79Z_6K8fVzB0qQ0030YbX24Lf5edvmglcRTG77ADwDR0Lhs0lKVJ5vqT8fRrFWmuUp3_R4XqwL-OOuk3pgf6IA8O-xZICH_oAHt58rpaS5NW2Sn0veldKUVEcvQ/s320/07-Major-Chariot+b.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5699216061532679058" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 172px; height: 320px; " /><p class="MsoNormal"></p><div style="text-align: center;"><br /></div><div><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">O Carro é a segunda figura em que o ser humano surge, agora porém não se trata de um ser em conflito. Porta uma coroa que o torna régio (ligado à divindade), um cetro que o torno poderoso (pelo simples signo), e um olhar que revela a sua força serena (a verdadeira). Não é mais o ego (aquele que deve decidir), é o herói (a consciência humana em busca da auto-descoberta). Todos os símbolos contidos no tarô revelam centelhas da humanidade, mas essas duas em especial parecem traduzir todo o estofo de que são formados os mitos antropocêntricos. E, de quebra, são as </span><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">cartas que, por analogia, interpretam da forma mais pura a beleza deste filme desse diretor dinamarquês.</span></div><p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal"><span >Títulos, palavras, assim como as elipses e os intervalos, parecem revelar muitas vezes seus sentidos através de veredas suaves. Como o nome do Arcano VII é 'O Carro', o nome do “conto de fadas” de Refn é 'Drive'. Do personagem principal – da lâmina e da película – não nos é revelado o </span><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">nome próprio. Ficamos com sua imagem, apenas. Não precisamos de mais nada. É que assim como o personagem d’O Carro, o motorista deste filme não quer sussurrar acerca do ego, mas do Eu. Não é um humano, é um mito – já é o Enamorado, agora é também o Condutor (ou o Conduzido pelo Eu?). Faz o que tem que ser feito. É movido pelo sentimento regido pela ética – subsumida a sensação, a emoção, o intelecto, a intuição e a arte. Para conhecê-lo devemos, como espectadores, assistir seus atos. No Cinema assim postulou Hawks, mas existem outras facetas dessa linguagem...</span></p><p class="MsoNormal"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFz9zZWJWCHyGezSYuq9ssDPjakw3G64lnIR9p48QLuaKE7PoIVvxej9cZH85Bx4_QYso57TEAUaPpVQtdRMN2RUCBq4hEE9v_CU4e62H6fp5X7B0LY4OD82hKWIawUusBsvhOYti3BZY/s320/gosling_and_mulligan_kiss.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5699221156909593666" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 134px; " /></p><div></div><p></p><p></p><p></p> <p class="MsoNormal"><span >Drive. Uma única palavra simboliza tudo o que este filme representa em sua essência: Que Diretor! O ritmo de suas transições, as respirações de suas cenas de ação (interior ou exterior), a melodia de seus banhos de luz e sombra, a apoteose de suas câmeras lentas, suas sobreposições, seus contracampos guardados no silêncio, sua mise-en-scéne. Sim, de novo, “pôr em ce</span><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">na” – não há como não se inebriar com mortes tão belas: são poemas visuais, descrições dramáticas que atingem o estado pictórico mais sublime!</span></p> <p class="MsoNormal"><span >Do “novo tradicional”, Drive é uma das navalhas mais rigorosa e sensivelmente forjadas, atravessa-nos as veias, causa-nos vertigem, adentram o nosso sangue. Acompanhar esse balé de imagens-movimento reacendeu o meu fascínio por esse cinema que a todos contaminou.</span></p> <p class="MsoNormal"><span >E me deu vontade, mais uma vez (mesmo que distante recentemente desse cinema), de louvar novamente os velhos mestres: Hawks, Ford, Lang, Walsh, Preminger, Hitchcock, e Leone, Melville, Siegel, Hughes, Ferrara. Mas não devo cair no saudosismo, assim como Refn e todo o grupo de cineastas que citei mais acima não cai. Lembrando a célebre sentença de Henri Langlois, “o cinema é um produto comercial e como tal deve ser queimado; mas atenção, queimado pelo fogo interior”. Assim renascem das cinzas todos esses novos mestres. Clint os acompanha. De Michael Mann, Nicolas Wedding Refn é o filho mais singular. E a Juliana Maués tava certa: Dri</span><span style="font-family: verdana; font-size: small; ">ve realmente é um dos grandes filmes de 2011.</span></p><p class="MsoNormal"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY3M2hMPzZAycEqtaZxn61YVUpg4syweQYRCNDamTwA8tdovO6IMC-XyNbWS6eKmVbq7pq7FahtL_XtDzrxr0tc-106YE40WHMQN9EK82dcg0_slSOjV1fT5l69XLXmI69xYaB4vbb2SA/s320/Drive_1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5699218444272738450" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px; " /></p> <p class="MsoNormal"><o:p><span > </span></o:p></p> <p class="MsoNormal"><span >Mateos. </span></p></div>Mateus Mourahttp://www.blogger.com/profile/02304479490500444232noreply@blogger.com1