APJCC apresenta:
A “Ordem Monge Takuan”
O monge Takuan, personagem histórico no Extremo Oriente, foi
considerado um dos maiores mestres de todos os tempos, e foi guru do mais
famoso de todos os samurais: Myiamoto Musashi.
É clichê, na história e na estória, principalmente oriental,
que um caminho espiritual tem em seu percurso uma importante ponte chamada conhecimento.
É de suma importância que o samurai (assim como qualquer outra casta social)
atravesse-a, reconheça na caminhada o que a Humanidade construiu (e que lhe dá
suporte) e peregrine então com o timbre dos próprios passos.
Esse momento mais detido de estudo, na época de Takuan e
Musashi, se realizava, normalmente, num longo exílio, onde o aprendiz estaria
só, com os livros mais importantes dos grandes sábios indianos e japoneses.
Hoje, alguns séculos mais tarde, temos, além do suporte da
palavra caligrafada, outras pontes de conhecimento, dentre elas, o Audiovisual.
A justificativa desse “projeto de
ordem” parte de: 1) uma lúdica pergunta e 2) uma lúcida posição política:
1) Quais seriam os filmes que o
Monge Takuan selecionaria para um aprendiz?
2) É preciso que, na cidade de
Belém, se exiba/discuta/cultive o universo chamado cinema oriental!
A “Ordem Monge Takuan” é um
estímulo a certa disciplina nesse sentido, e uma sacralização, enquanto ritual
nomeado, de uma ação com tais sendas de vivência espiritual abertas.
Idealização: Mateus Moura e Cauby
Monteiro (APJCC – 2011)
Texto: Mateus Moura (APJCC – 2012)
SESC apresenta:
Curso de Cinema Asiático
Contemporâneo: enfim às Índias
Se houveram vezes na História do
Cinema em que os EUA trouxeram a novidade, ou a França, a Itália, o Brasil, a
URSS, hoje, sem dúvida, é dos países do Extremo Oriente que surgem os objetos
mais notadamente não-identificados. Afora o movimento forte de vanguarda,
parece vir de lá, como se não bastasse, o melhor “cinema clássico”, assim como
o melhor “cinema comercial”.
Tais cinematografias, por se
tratarem de obras experimentais e/ou distantes, tem circulação restrita a poucos
circuitos alternativos. Devido a essa falta de acesso, acabamos creditando a
outrem o pódio que outros mereciam ocupar.
O “Curso de Cinema Asiático
Contemporâneo: enfim às Índias” propõe uma grande navegação a esse inexplorado
continente, tão rico e fascinante. A cartografia deverá ser crítica, os olhos
nus e a vontade de exploração criativa. Serão 4 módulos, 2 cineastas
perseguidos em cada. Enfim às Índias, sem sair do lugar.
Módulo 2: A vida como ela é, uma vez
(HONG SANG SOO & JIA ZHANG-KE E A ORIGEM DO MUNDO)
Hong Sang-Soo e Jia Zhang-Ke, herdeiros contundentes deste
cinema que Louis Lumiére, Robert Flaherty, André Bazin, Cesare Zavattini
sonharam outrora, são, enquanto orientais (ocidentais), indivíduos ícones de
nossa era.
Os personagens do primeiro são sempre homens-artistas-perdidos,
perdidos com sua mente e a vontade inelutável de criar, perdidos com sua pica e
a vontade inexorável de copular... Em “Noite e dia”, em cena antológica e
ontológica, numa exposição dos quadros do realista Gustave Courbet, o casal
discute, perscrutando o quadro, se ele se chama “A Origem do Mundo” ou “A
Origem do Homem”. O diretor coreano Hong Sang-Soo, ao originar o seu mundo no
espaço do tempo de um plano, retorna sempre às origens do homem & ao
originar no personagem o homem segue sempre em direção ao mundo. Assim como o
quadro que está na parede do museu não é nada além de uma superfície com
tintas, o universo que se projeta fantasmático não é nada mais que luz de um
outrora aprisionado. A vida como ela é, uma vez.
O segundo, o chinês Jia Zhang-Ke, impressiona com o seu faro
de observador atento das superfícies mais profundas. Vê no cinema, claramente,
sacro ofício de uma função: registrar o Mundo. Tarefa paradoxal em sua
subjetividade-objetividade, labiríntica em suas entranhas, a arte de gravar é,
em seu livre-arbítrio, problema ético dos mais complexos.
Em “Em busca da Vida”, filme onde registra o drama de
cidadãos se adequando às decisões da nação, Jia traz a tona o homem em sua
relação mais direta com a existência. Lembrando sempre da ficção inerente à
construção artística, não obstante, nos recorda sempre que há um narrador, e
que toda verdade só pode brilhar envolta neste olhar terno e desconfiado
chamado mentira. A vida como ela é, uma vez.
Era uma vez...
Idealização e texto: Mateus Moura
(APJCC – 2013)
SERVIÇO:
Módulo II – A vida como ela é, uma
vez
09, 10, 11 e 12 de julho
De 10h as 13h
No Sesc Boulevard
(Av. Boulevard Castilho França,
522-523 – Campina)
INSCRIÇÕES ABERTAS – de 02 a 12 de
julho, das 10h as 18h – no Sesc Boulevard – VAGAS LIMITADAS
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