terça-feira, 26 de maio de 2015

O último suspiro sob a última conversa

“Cinema é cachoeira” (Humberto Mauro)

Assistir a “Últimas conversas” foi um banho de cachoeira, desses clarividentes e que limpam a alma. E volumoso.
Uma experiência cognitiva tripla. 
Havia em minha psiquê um espectador-antropólogo, que acompanhava o mural do imaginário adolescente carioca de classe média suburbana, e que em cada retrato de cada ator social aprofundava-se em percepção acerca de uma realidade social complexa e múltipla, cheia de traumas e buscas de identidade. Dialogava aqui dentro este espectador com cada uma delas, em uma busca pessoal de compreensão dessa fase da vida. A juventude: o que nos acrescenta de experiência? Como lidar melhor com o outro (jovem), que inevitavelmente teremos que nos relacionar? Com o filho futuro, que inevitavelmente teremos que educar? Com o próprio passado recente, que, agora completando 28 anos, inevitavelmente, haveria de me despedir? Era o último filme de Coutinho que eu teria essa chance, de dialogar sem precisar falar, de me identificar podendo me distanciar. Essa experiência que esse cinema por tantos anos me proporcionou estava escrevendo naquela 1 hora e meia o seu ponto final. “Antropologia compartilhada”, nenhuma ciência foi tão longe neste efeito “eu-tu” quanto o Documentário.



Além deste havia o espectador-cinéfilo. Aquele que acompanhava o “último filme de Coutinho”, como um aprendiz que ouve as últimas palavras do mestre. Esse diálogo acontecia diretamente também com Jordana Berg (montadora) e João Moreira Salles (finalizador). Seu vaso comunicante ecoava principalmente no extracampo, em toda história de morte daquele que ali realizava, sem saber, seu último trabalho. 
Desde o “prólogo”, onde Coutinho está vivenciando uma de suas já tradicionais crises de criação (seu lado juvenil que jamais o deixou) até o momento em que um de seus entrevistados fala de um “surto”, este espectador aqui acompanhava, com os olhos trêmulos de um estudante-cirurgião, as delicadas escolhas morais da montagem, e sentia em cada imagem o contra-peso da história que a vida enterrou, e da filmografia que um espírito construiu, tijolo a tijolo, e que, enquanto obra cinematográfica, hoje é patrimônio da humanidade.

                                          
Ao fim do “filme principal” vemos o diretor a dirigir seu ator social, criando um signo simples, que iria finalizar o filme: a porta que todos os outros entrevistados fechavam ao sair seria deixada aberta, para que ficasse claro que todo aquele pulsante imaginário que foi apresentado em tão poucos seres é só uma ínfima parte da humanidade. O “epílogo”, porém, veio destruir o simples, para que a simplicidade viesse dinamitar o construído. Deixou para o espectador a ausência dessa possibilidade de um filme que poderia ter existido se o acaso da vida não tivesse arrastado com suas asas a existência do cineasta nas tramas mais absurdas, que uma ficção jamais conseguiria imaginar. Uma porta aberta talvez seja o maior signo cinematográfico da possibilidade e, concomitante, da espera. O suspense...
Depois de ver o adolescente e o velho, faltava a esse terceiro-espectador - que também em mim a tudo acompanhava - ver a criança. E aí sim: a espiral cognitiva enfim se completava no enigma que enfim devorava-me assim que o resolvia. 

Falo do espectador-adulto, que há pouco nascera (durante a sessão - que no meu caso se tornou uma sessão de parto). O doloroso e silencioso parto do adulto. As primeiras palavras que ele ouviu vinham da criança: “Deus foi um homem que morreu”. A primeira cena veio da porta: a criança dominando o espaço, encantando a todos com sua presença, saindo de quadro depois como lhe pedem, trazendo a esperança como uma estrela impiedosa, voltando surpreendentemente para uma ultima brincadeira e enfim abençoando a todos nós, espécie humana, para qualquer tragédia vindoura.
A fé que Coutinho no “prólogo” diz ser difícil recuperar, ali, naquele plano – o último de sua obra - vemos renascer, “como flores na água”. Não sei se lhe faltou de novo este sentimento em seu último suspiro, mas – não só por ele, como também por Jordana Berg e João Moreira Salles –, nesta dimensão do eterno que a memória do cinema abre, lhe foi concedida essa graça.
Com Coutinho aprendi, entre tantas coisas, que olhar com muita ternura é olhar com extrema dureza; que ouvir profundamente é ser curioso da verdade que o outro mascara com o seu discurso. 
Ao olhar e ouvir o mundo como um trágico, esta ciência oculta descoberta por Coutinho guardará para sempre seus enigmas, pois respostas ele nunca buscou. Para o espectador que sou - mais que 3 - trouxe o eterno espelho novo onde, hoje, do outro lado, me olho, me escuto e me movo. Observo, ouço e ajo.
Ave.

Mateus Moura.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A ponte

p.s: Me perdoem os ponderados. Como só aos santos é destinada a dádiva de vivenciar o amor, só aos radicais é destinada a dádiva de perscrutar a ideia.

A ponte
esteganografias rarefeitas acerca do "Zé", do Gita


Troco todo o luxo requintado d’Os Gigantes da Montanha pela miséria, de lixo e luxúria, deste pé rapado Zé. Rua ou caixa preta, pouca importa, o espaço é uma questão de gesto.

Há um abismo entre o corpo e a voz, e o ritmo. Que nos deixa tontos.
Nomeiam este abismo, TEXTO.
É feito de punhais mortais que não vemos, de olhares que se encaram apenas nas elipses, de uma cama imunda, recheada de penas e molas, que rangem delírio e desejo - onde deitamos, para gozar e se foder. Nessa ponte que somos, com os atores, nós-espectadores, atamos nosso atávico absurdo. Atroz crueldade.
É claro e concreto, nesta cena obscura, que a raiz estuprada desta terra fria – matéria lapidada por brutas pulsões e marciais artes - se chama TEATRO. Ou em antigos&novos termos: ‘vida-morrendo’. É pra sentir no espírito, num tempo efêmero e inimitável, a vida-morrendo, que compactuamos, sacrificamos os corpos, dedicamos olhares... por um tempo, onde transcendemos na imanência. Onde inundam-se as pontes.
Na ode singela deste escorpião sou grato à Elise Vasconcelos, Tainá Cardoso, Tainá Lima, Fabrício de Souza, Geane Oliveira, Cesário Augusto, Edson Fernando, Sônia Lopes, Aníbal Pacha, Evelyn Loyola, Denis Bezerra, Fernando Marques e George Büchner por este mergulho, ou melhor, por este afogamento. Assassinato. Latrocínio.
Porque o inferno tá lotado de coisas lindas, mas é pelas coisas fodas que ele é governado. E, nesse caso, não foi o céu que desceu, mas o inferno que subiu. E o que está em cima é como o que está embaixo, o que está embaixo é como o que está em cima. Descemos para subir, avançamos para retornar.
Há um abismo que nos deixa tontos.
É o ENCONTRO.

Mateus Moura.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Raiou

“Não perturba
Não perturba
os caras de pau de Abaetetuba” 
(Viviane Batidão & Dj Betinho Isabelense)

Me pediram pra escrever resenha, vejam só. Sei escrever resenha não, arrisco ensaio. E canto coloquial. Por aí.
Entrei nesse jogo dos conceitos-palavras no ramo do cinema, onde também me meto; mas música mesmo sempre tive só reflexão pra resolver composição. O resto sempre foi muito intuitivo, gosto – enfim, essas coisas que no fim são as que mais pesam na hora de criar. Magia.
Formular pensamento - aí já é outra história. Filosofia.
Mas já que com a música, e com o Lucas Guimarães, eu jogo esse jogo de criar muito mais que o jogo de pensar, vou dar as cartas aqui nesse tom. No fim tudo se embola. O gosto de dividir as coisas é só pra quem ler a divisão lembrar que o resultado é a soma das partes.
Então – hommo ludens brincando de hommo sapiens – vamos fazer som:
O tom: lar menor.  Lembrando que Menor não é menos, é só um tom, uma qualidade. Faz parte da alçada das propriedades. Menos com menos, inclusive, em alguns casos, dá Mais. No caso do Lucas Guimarães essa é uma questão seminal: Como ser voz retumbante tendo curto aparelho vocal? Como ser vários instrumentos tendo um corpo apenas? Ser menor para ser grande, eis uma das fórmulas encontradas pelo Lucas, meu grande parceiro. Mais e mais.
Estranho. Parece estranho falar de matemática ao falar desse disco? Pois descobri, ao sentar para escrever, essa associação imediata e contundente, que parte de óbvias associações (de Pitágoras a Beethoven, de João Gilberto a Tom Zé). Dessa tabuada que o caboquinho de Abaeté aprendeu na marra surgiram esses versos cantados, aritmética e liricamente entoados, geometricamente montados entre ruídos, bordões e atravessamentos. Aluno aplicado no seu gazetar, sonhador convicto, trabalhador hedonista, ariano estóico, artista consciente. Peregrina na própria rede, sempre o bom e velho açaí pra acompanhar. 
“Eu faço samba e amor até mais tarde, não tenho a quem prestar satisfação”, o mantra do Lucas ele empresta do Chico. Se o quarto-porão onde vive tivesse porta ele botaria o “dont disturb”, o “não perturba”, porque por ele a vida seria ficar apertando esses pedais, rabiscando esses versos. O cara diz que saiu do lar pra ganhar o mundo, mas é uma tremenda mentira. O projeto é maior: é ganhar o mundo sem sair do lar. O Lucas não sai, ele chama. Viajar. 
Caliandares é o seu barco ébrio, que embarcamos sempre que ele acorda o violão. 
Meu contato com o disco é o daquele que acompanhou toda a sua construção, e o meu contato com as músicas, desde a primeira vez, é o daquele que enxerga em cada detalhe uma estranha familiaridade. Não à toa hoje tocamos na mesma banda. Dividimos o mesmo palco, os mesmo sonhos, as mesmas angústias, as mesmas conquistas. 
Por que o Caliandares não é só a conquista do Lucas. É um dos marcos históricos dessa nova geração de compositores, que buscam, dentro da tradição da música popular brasileira, botar vírgulas novas, cores amazônidas, sem cair no regionalismo canhestro. É uma conquista de uma cena independente, por vezes invisível, amiúde desestimulada pelas políticas sectárias e mesquinhas. 
Esse barco construído no braço, a enxó, martelo, serrote e lixa, como tradicionalmente ainda constroem os barcos em Abaeté, é um sopro contundente, forjado com a paixão própria dos amantes, calafetado com o cuidado caro dos rigorosos.
De Abaeté, mais famosos que os barcos que transportam passageiros, são os pequenos barcos de miriti, que ganham função lúdica na mão das crianças e função mística na peregrinação dos romeiros durante a festa do Círio de Nazaré. 
De função lúdica, mística, histórica, pedagógica, poética, política, gratuita surge no horizonte esse Calliandares... e por onde andares, Calíope sentir-se-á representada, junto à Marcelo, Baque, os Pavones, as doces produtoras, a corja dos artistas que não sabem se vender, os devaneadores. 
Com o espumante vulgar que me resta nesses tempos de vacas magras, brindo o lançamento dessa embarcação. Vida longa. 
Raiou.

                                                 
baixe aqui:
http://www.lucasguimaraesmusic.com/

terça-feira, 6 de maio de 2014

Oficina de Criação Cinematográfica no Curro Velho

1º O homem, a câmera e o mundo: o nascimento do olhar cinematográfico (ou a cinegrafia)
Neste primeiro momento exercitaremos o princípio de toda a criação cinematográfica, onde tudo começa: a cinegrafia (ou a arte de embalsamar em eternidades existentes os fragmentos da realidade transitória). 
2º Nada mais complexo que filmar uma mesa de jantar: o nascimento do estilo cinematográfico (ou a mise-en-scene)
Este é o momento, por excelência, do que chamam “direção cinematográfica”. “Mise-en-scene” é um termo francês, oriundo do teatro, que significa “pôr em cena”. “Pôr em cena”, no caso do cinema, é levar à tela o movimento do drama, traçar no quadro cinematográfico, com as cores da luz, as essências dos humores emanados das figuras de carne e osso. 
3º Temos imagens, e daí? O que fazer com tudo isso? : o nascimento do filme enquanto objeto (ou a montagem)
Aqui é o momento onde exercitaremos os princípios do terceiro e último estágio da criação cinematográfica: a montagem (ou a arte de criar tempo). 
É passeando pelos 3 grandes momentos da criação cinematográfica, que esta oficina pretende se estruturar, e despertar no participante a consciência estética e a iniciação prática às técnicas desta linguagem. 




terça-feira, 11 de março de 2014

Mini-curso de Cinema e Tarô em São Paulo


Em meu percurso individual de contato com os mistérios do mundo, houveram duas sendas particulares que se destacaram enquanto oráculos mais fecundos e reveladores. Na Estrada da Percepção e nas Veredas do Auto-Conhecimento, o Cinema e o Tarô se firmaram íntimos mestres, sempiternas esfinges. 
A ideia deste curso é justamente-encruzilhar esses saberes, para colher – no ponto onde as linhas se cruzam – a sua substância-comum.
Cinema & Tarô. Ambos lidam, acima e sobretudo, com os signos visuais; ambos propõem, a pesar e além do nada, um mergulho no (coletivo) imaginário. Adentrar, consciente, os arcanos da Visão e da Hermenêutica das Imagens, é, por excelência, a liturgia de comunhão com os arquétipos humanos. Não existe abecedário visual mais completo que o tarô, e/ou mais infinito que o cinema.
A programação do curso não poderia ter sido decidida de outra forma. Dita a cartilha que o aprendiz de tarô deve se desenvolver em duas vias: a tarologia (estudo analítico das lâminas) e a taromancia (o jogo oracular). Quem rege a primeira via é o entendimento (o pai), a segunda, a intuição (a mãe), este filho que se busca encontro é a sabedoria.
O mesmo binário análogo se aplica ao cinema: saber receber/saber jogar. “Criar” e “contemplar” são verbos que se encontram na mesma moeda, quando nos percebemos, plenamente, parte da invenção.
As lâminas foram deitadas: VI - O enamorado (“Two lovers”, de James Gray, 2008); XIII – A Morte (“Filme demência”, de Carlos Reichenbach, 1986) e XXI – O Mundo (“L’Atalante”, de Jean Vigo, 1931).
Depois do estudo e do acaso, as obras. As sombras brilharão mais uma vez no fundo da caverna. O resto é interpretação.

Instrutor: Mateus Moura (APJCC – 2014)
(aprendiz-realizador de cinema, música, teatro, poesia, entre outros saberes e jogos. Trabalha ministrando cursos e oficinas nestes assuntos, e prestando serviços de free-lancer em edição e cinegrafia. É membro-fundador da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema, crítico blogueiro e estudante de cinema na Universidade Federal do Pará)

SERVIÇO:
no Estudio Lâmina
(São João, 108, sala 41 - metrô são bento)
dias 13, 14 e 15 de março
de 9h às 12h
Entrada franca

Inscreva-se: cursocinemaetaro@gmail.com

teaser: http://www.youtube.com/watch?v=SMNs1ZaCmWM&feature=youtu.be

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CURSO DE CINEMA ORIENTAL CONTEMPORÂNEO: Os construtores de espelhos

Desde 2012, o Sesc apresentou ao público cinéfilo da cidade, dois cursos que tiveram como foco o essencial do cinema oriental contemporâneo. A urgência pela divulgação e reflexão deste rico filão de obras e autores foi o combustível que impulsionou esta ação.
Este terceiro curso finaliza enfim, com chave de ouro, esta série, apresentando:

Os construtores de espelhos

(TSAI MING-LIANG & ABBAS KIAROSTAMI E OS CAMINHOS DO RIO E DA PEDRA)
Só existe um grande treinamento para o ser-cineasta: a observação. É preciso olhar muito para se imprimir um olhar significativo. Alguns cineastas, ao invés de se preocupar com a criação de objetos de arte de uma certa metragem e que contenham em título uma certa unidade narrativa, antes se preocupam, em seus colóquios solitários, com o mistério do tempo e das paisagens, e atravessam a existência aprimorando um estilo. Os filmes, em verdade, são, tão-somente, a memória de cada passo, o documento mítico de cada instante da jornada.
Tsai Ming-Liang registra o corpo de Lee Kang-Sheng, atravessando ficções, por mais de 20 anos, e a cada novo filme - contrariando a dieta contemporânea de degustação da imagem – o cineasta estende cada vez mais a duração de seus fixos planos-sequencias. O iraniano Abbas Kiarostami, abalado pelo terremoto que ocorreu no Irã em 1991, decide mergulhar definitivamente nas fissuras de sua terra e na abstração que constitui perseguir a verdade, e entre fazer ficções ou documentários, decide fazer cinema.
É observando com muita paciência e cuidado as áridas paisagens - humanas e naturais, do campo e da cidade – que estes dois mestres do cinema contemporâneo ousaram, com coragem e rigor, construir densos espelhos, para que o mundo pudesse se contemplar. Por caminhos de rios e pedras, encontrando seres e ideias, estas imagens eternizaram universos e ganharam o mundo.
Só existe um grande treinamento para o ser-cinéfilo: a observação.




Idealização e texto: Mateus Moura (APJCC – 2014)

SERVIÇO:
de 14 a 17 de janeiro
de 10h às 13h
Inscrições: 07 a 11 de janeiro, de 10h às 19h
no Sesc Boulevard
(Av. Boulevard Castilho França, 522-523 – Campina)
INSCRIÇÕES GRATUITAS – VAGAS LIMITADAS

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

As caras velas que sopram as veladas velas

"Terreiro de Iyá" é mais uma prova de que o cinema - principalmente os do filão que se rotula "documentário" - está caduco; que pouco importa para 'a busca da verdade' se o filme é um "curta-metragem", um "média-metragem" ou um "longa-metragem"; que as câmeras e a vontade de registrar (olhar sobre a realidade imaginada ou olhar imaginário sobre a realidade) estão nas mãos da Familia.
Não se preocupem compositores malditos, pajés centenárias esquecidas, vosso canto não será mais negligenciado por uma classe que detém o poder de manipular o tal do cinema enquanto os mesmos choramingam verba estrangeira, assim como vossos rituais não serão mais formatados num pacote audiovisual institucional, assim como os tesouros históricos de vossos relatos não serão mais arquivados nas prateleiras mofadas do ostracismo cultural. Agora existe uma geração que, pelo próprio impulso de suas almas inquietas, pode escutar o chamado para recontar essas tantas histórias, ainda tão mal-contadas.
O que é o tempo quando o batuque começa?
Qual a responsabilidade diante do último brilho de um corpo que detém toda a sabedoria do esoterismo amazônico?
É por enfrentar esses dois dilemas-complexos, do cinema & e da vida, que este filme tem toda a minha admiração. E, como sei que estes são apenas os primeiros suspiros de uma estrada que promete mergulhos cada vez mais profundos, vida longa aos seus realizadores... AXÉ!

De Natal, ao avistar essa estrela de Belém, escrevo este postal.

MATOU O CINEMA E FOI A FAMILIA!

Aqui o link do filme:
Terreiro de Iyá