"Assim como o japonês Yasujiro Ozu e o italiano Roberto Rossellini, o francês Eric Rohmer prefere a vida mais do que o espetáculo. E é por isso que faz filmes: para falar melhor do que não vemos mas sentimos, para ver melhor o que vemos mas não sentimos. É da natureza - dos seres e das coisas – que a câmera, o olho, a mente e o coração de Rohmer se debruçam, para captar, contemplar, analisar e se emocionar."
Achei esse início de sinopse que eu comecei a fazer quando iria exibir pela primeira vez um filme do Rohmer. Seria no cineclube Aliança Francesa, no ano passado, dentro do ciclo Desbravando a Nouvelle Vague. O filme era a obra-prima Ma nuit chez Maud (Minha noite com ela). Ia comentar o filme comigo o professor Ernani Chaves. Acasos do destino, acabou não acontecendo. Rohmer morreu aos 89 anos, produziu bastante, sempre o mesmo filme. Foi um cineasta iluminado, discreto. Sussurou, calmo. Lúcido, solitário.
Imagem de "Les amours d'Astrée et de Céladon", seu último filme, um dos mais belos da década.
Mateus Moura.
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