segunda-feira, 23 de agosto de 2010

FULLERIANAS PARTE 6

[Pickup on South Street. 1953. Samuel Fuller]

O cinema enquanto recurso pedagógico... vamos lá.
A melhor ilustração do espírito fulleriano didaticamente se encontra esmiuçado pela eterna Moe, no noir Pickup on South Street. Na magnífica aparição dessa personagem, a testemunha ocular da batida de carteira no metrô, em sua tentativa de começar uma descrição do delinquente com a convencional descrição fisica anatômica, é logo interrompido em grande estilo pela delatora.
"-Altura mediana? Que me importa se é alto, baixo, gordo, magro, existem milhões por aí... Descreve como ele fez, eles são conhecidos pela técnica, cada um tem a sua...". Numa encenação de gestos e dialeto fora de série, Moe fala do herói do filme, mas poderia muito bem estar falando do herói que dirigiu este filme. Nesse complicado submundo que se chama Hollywood, Fuller é o maior e mais visceral contrabandista. Nesta seara dos "pickpockets" do cinema, cada qual tem um estilo. E no fim é isso o que realmente conta, isso é que diferencia chicos de franciscos:
O modus operandi.
E já que a repetição é a pedagogia do sábio, e o negrito o travelling frontal:
O modus operandi.

2 comentários:

  1. Mateus, muito bom seu espaço! Parabéns pelo estilo e abordagem, tua forma de expressão é diferente e tem todo um modo peculiar de envolver e abordar cinema.

    Estou te lendo aqui e gostei da proposta do seu blog. Te sigo e linkei ao meu.

    Abraço cinéfilo, cumprimentos!

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  2. Eu que agradeço cara, muito obrigado.

    abraço.

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