quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A chance do Kung Fu

O Assassino de Chantung, de Chang Cheh (Fechando o Ciclo Cinema e Gêneros).

Dia 26 de setembro (sexta-feira) de 2008, às 18:30, no auditório do CCSE/UEPA (Av. Djama Dutra, s/n). DE GRAÇA.

Sinopse:

Um homem com um machado no abdômen, natimorto, luta contra o mundo. A ascensão e a queda desse ‘lutador’ na sociedade de Hong Kong é o assunto de “Assassino de Chantung”. A vingança final se concretizará, todos serão mortos. O vingador, em sua queda, aceita o fim, mas não vai só. Chang Cheh, um dos grandes mestres da sétima arte, pai do cinema de Hong Kong, através de seus zooms e slows nos apresenta o chinês universal: o homem sedento por poder, cobiça, vaidade; e o amor entre irmãos, a vingança e a honra, a vida e a morte. Uma leitura antropológica-sociológica do homem nacional é um elemento presente na filmografia desse grande diretor, que através dos gêneros do Kung Fu e do espadachim – realizados pela produtora Shaw Brothers – nos ofereceu lentos vôos poéticos de seres condenados ao absurdo da existência. Um sangue que jorra como a miséria que se espalha pelos becos e cortiços, onde o único modo de ascender socialmente nessa selva é através da lei do mais forte, através da luta, do kung fu – não metáfora da vida, mas vida em estado de metáfora.

Mateus Moura (Associação de Jovens Críticos de Cinema – APJCC)




"Ninguem deu chance para o kung fu", foi a frase que virou bordão depois dessa sessão no antigo e saudoso Cine UEPa. Na verdade, uma pessoa deu chance: a Janaina foi (justiça seja feita). Não lembro porque a Juliana Maués não foi, mas lembro que ela ainda não tinha se encantado com as artes marciais até então.
Agora, 2 anos depois, ela está se preparando para escrever
pesquisa estética acerca do kung fu e seu maior arauto audiovisual que pretende ser histórica!
Segundo o gurú David Bordwell, o estilo "é a textura tangível do filme, a superfície perceptual com a qual nos deparamos ao escutar e olhar: é a porta de entrada para penetrarmos e nos movermos na trama, no tema, no sentimento – e tudo mais o que é importante para nós”
Em seu livro acerca do cinema de Hong Kong, segundo a Juliana, Bordwell protagonizou a discussão acerca do modo de funcionamento do sistema e como esta arte se vinculou a uma tradição do cinema popular, deixando um pouco em segundo plano a análise estilística de cada autor a partir das obras.
E é esse passo radical, consciente e consequente, que será dado pela estudante desse riquíssimo cinema tão avacalhado.
Escrever sobre a mise-en-scène a partir do "shawscope", da montagem coreográfica dos fragmentos de socos e pontapés, da construção fictícia em figurinos e cenários e d
o sentimento trágico audiovisual é o projeto dessa amante lúcida de Chang Cheh.
O kung fu ganhará outra chance, acredito que a primeira mais consistente em bibliografia brasileira. O templo Shaolin será invadido novamente, desta vez com a violência do olhar e o respeito da lutadora honrada.


Tarantino foi outro que iluminou o gênero, e nos iluminou com uma das obras-primas da década

Mateus Moura.

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