Eu fui
Tentei te acorda”
Anteontem, eu perdi minha câmera de filmar. Isso pode parecer pouco para algumas pessoas, além de ser algo que eu tinha ganhado e não comprado com o meu suor, mas foi tão dura a história que estou catatônico até agora. Se for ler o acontecido na chave afro-religiosa só posso crer que foi mandinga (e da braba!). O enredo da farsa é digna de um teatro do absurdo, tô esperando godot até agora me explicar o que aconteceu.
Me desculpem o leitores ocupados, esse texto é só uma forma catártica-terapêutica de tentar salvar o meu drama, um processo alquímico de transformar tragédia em comédia, uma pitada de filosofia da vulgaridade para deixar a vida um pouco menos amarga. Me agradeçam os leitores desocupados, toma-te aí uma boa dose de sub-machadismo.
Devo admitir que finjo não me importar com as separações e ao mesmo tempo finjo que me importo totalmente com as separações. A verdade é que eu me importo completamente, e não me importo com toda a minha força. O interessante é o foi – e o ainda bem. O interessante foi o é. Sim, o interessante foi, não é mais. Aff; ufa. Enfim...
Só sei que bradei, braços estendidos, olhos no alto, o clichê das paixões: Por que me abandonastes?
Ou fui eu que te abandonei!? Meu Deus!
Que relação é essa com as ferramentas? É lógica? É sentimental, emocional? Da bola à bicicleta, do skate ao vídeo-game, do dvd ao computador, do violão à câmera... instrumentos de brincar de expressar-se. Instrumentos de comunhão. Como nos deixam? Ou como deixamos eles? Nós que por momentos somos um!
Mas enfim... apesar de nada ser substituível, tudo é substituível. A gente aprende dos que já viveram que tudo passa, e descobrimos que é verdade: tudo passa. Sim, tudo passa, mas nada passa.
Ao menos da minha relação com a Sony Mini-dv DCR-HC52 ficam gravadas memórias que não vão se desbotar com o tempo. Os tais momentos de eternidade poderei rever – partindo do pressuposto que o meu computador não vai me abandonar e as mídias não vão se esconder.
Este filme (ainda sem título), que está terminando seu processo de filmagem, será dedicado a você meu bem - pois sem você ele não existiria. Esteja onde estiver saiba que é com honras que enterro a sua presença, e com lágrimas nos olhos. Lutaste bravamente, sempre!
Adeus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário